Os cabeças de cartaz do primeiro dia do Super Bock Super Rock encheram o palco principal, nesta quinta-feira, para comemorar uma história que já começa a ser longa e cheia de recordações. Tudo isto num dia que também contou com os regressados Disclosure, mas também com Kurt Vile e Jamie XX no Palco EDP.
Perante a brisa quente que se fez sentir no Parque das Nações, a tarde começou com Surma, a artista que foi uma sugestão da plataforma de música Tradiio. Continuando pela música portuguesa, Benjamim ligou o seu “Auto-Rádio”, o seu mais recente trabalho, pelo Palco Antena 3. Mesmo com algumas dificuldades sonoras, o artista natural de Alvito não comprometeu, com temas como “Sangue” ou “Quinito foi para a Guiné” e o seu grande single “Os Teus Passos”.
Pouco depois, foram os The Temper Trap que inauguram o palco Super Bock nesta edição. Com um álbum novo na bagagem, o rock apresentado pelos australianos foi competente o suficiente para agradar aos presentes no recinto e aquecer os ânimos para The National.
Kurt Vile, rapaz que parece que era o miúdo esquisito do recreio na escola, apresentou cheio de estilo o seu “b'lieve i'm going down”. Numa tentativa de fuga aos problemas acústicos, só nas primeiras filas se deve vibrar com “Dust Bunnies”, “I'm a Outlaw” - e o seu banjo – ou ainda a inconfundível “Walkin in a Pretty Day”. Mas é com os acordes iniciais de “Pretty Pimpin” que o público repara no esplendor do concerto.
Morrissey ajuda na entrada dos The National, que ao longo de dezoito temas encantam o público. O MEO Arena não está lotado, mas as vozes enchem todo o espaço. Com um início com temas como “I Should Live In Salt” ou “Bloodbuzz Ohio”, o público está na mão. E depois tudo é como o vinho, melhora com a idade. A relação com “Trouble Will Find Me” ou “High Violet”, os últimos dois álbuns da banda, continua com a chama intensa no coração dos fãs portugueses. Não foram raras as vezes que o público não se tornou o elemento extra do palco, cantando em uníssono com Matt. Prova? Os exemplos são muitos, como “I Need My Girl”, “Sea of Love” ou “Mr. November”.
Oportunidade ainda para ouvir “The Day I Die”, lançada em junho, que, tal como outro do novo material apresentado, recebeu a aceitação por parte do público. Para o fim estava guardado o “Vanderlyle Crybaby Geeks” cantado em uníssono e acusticamente. Dever cumprido pelos The National, sentimento de dever ganho por parte do público.
Como espelho do que se passou ao longo do dia, as escolhas foram muitas, os concertos variados e o horário tornou-se pequeno para tanta coisa. Jamie XX e o seu “In Colours” alienam por completo o público. Temas como o intenso “Loud Places”, o vibrante e frenético “Gosh” ou "SeeSaw" levam a considerar apropriado o termo mais popular, "ele partiu a loiça toda".
A contar também as referências aos Radiohead, com uma remix de “Bloom”, tema remisturado em 2011, e a Florence + The Machine, com “You’ve Got The Love”, lançado no já longínquo 2009. O set de cerca de uma hora fez aumentar a ansiedade de dançar mais um pouco que continuou no Palco Super Bock, desta vez com os Disclosure. Com pequena menção para os problemas técnicos que se verificaram, foi sob a bandeira dos álbuns “Caracal” e “Settle” que o duo inglês se apresentou. Para os mais fortes, a noite terminou no Palco Carlsberg com o norte-americano DJ Shadow.
Para hoje, Iggy Pop e Massive Attack & Young Fathers são os nomes fortes, em mais um dia que requer muita energia para explorar todos os palcos que o Super Bock Super Rock tem para oferecer.
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