Evocando o seu estatuto como lenda do cinema e do "bodybuilding", Arnold Schwarzenegger dirigiu-se esta quinta-feira diretamente ao povo e os soldados da Rússia a servir na Ucrânia enquanto "amigo e admirador" para revelar o que lhes está a ser escondido pelas autoridades do Kremlin.

O VÍDEO.

Num vídeo de quase 10 minutos legendado em inglês e russo partilhado em todas as suas redes sociais, incluindo num canal criado de propósito no Telegram, Schwarzenegger começa por recordar a sua própria admiração pela Rússia, quando conheceu em 1961 o herói que o inspirou para a sua carreira no culturismo: o desportista russo Yuri Vlasov, "o primeiro ser humano a levantar 200 quilos acima da sua cabeça".

Sempre acompanhado por imagens de arquivo, acrescenta que a sua ligação como a Rússia se aprofundou com as visitas por causa da sua carreira, tanta no "bodybuiling" como dos filmes, incluindo um reencontro com Vlasov durante a rodagem de "Inferno Vermelho"(1987), o primeiro filme americano a receber autorização para filmar na Praça Vermelha.

"Inferno Vermelho"

Após explicar o afeto e respeito que tem desde a adolescência pelo povo da Rússia, Schwarzenegger diz ter esperança que os seus ouvintes o deixem "dizer a verdade sobre a guerra na Ucrânia e o que está lá a acontecer".

Numa intenção de remover qualquer acusação de preconceito, a estrela garante que fala com a mesma preocupação com que se dirigiu ao povo americano sobre os acontecimentos em Washington a 6 de janeiro de 2021, desmontando nos minutos seguintes os argumentos divulgados pelas autoridades do Kremlin sobre a "desnazificação" da Ucrânia ou que foi este país que começou a guerra.

Sempre separando o poder do Kremlin da vontade do povo russo, muitas imagens de bombardeamentos, refugiados e ações militares acompanham as palavras sobre uma "crise humanitária", a reação internacional e as consequências do isolamento da Rússia, sem esconder que também já perderam a vida milhares de soldados e muito equipamento militar foi destruído ou abandonado.

Schwarzenegger acrescenta que muitos foram enviados para lutar enganados e como essas mentiras sobre a guerra podem destruir um homem física e psicologicamente para sempre, dando o exemplo do seu pai quando lutou pela Alemanha Nazi durante a Segunda Guerra Mundial no cerco a Leninegrado (atual São Petersburgo).

"Aos soldados russos a ouvir esta gravação, vocês sabem muita da verdade de que tenho estado a falar. Viram com os vossos próprios olhos. Não quero que fiquem destruídos como o meu pai. Esta não é a guerra para defender a Rússia que os vossos avós ou bisavós lutaram. Esta é uma guerra ilegal", explicou.

"As vossas vidas, os vossos membros e o vosso futuro estão a ser sacrificados por uma guerra sem sentido condenada pelo mundo inteiro", reforçou.

Na parte final, Schwarzenegger crítica os governantes que lançaram esta guerra e sacrificam jovens pela sua ambição, recorda que 11 milhões de russos têm ligações familiares com a Ucrânia, e pede aos cidadãos e soldados que percebam a propaganda que lhes está a ser dirigida e o ajudem a "espalhar a verdade", antes de dizer ao presidente Putin que ele começou a guerra, está a comandá-la e pode pará-la.

O ator fecha com uma mensagem aos russos a protestar contra a guerra: "O mundo viu a sua bravura. Sabemos que vocês sofreram as consequências da vossa coragem. Vocês foram presos. E vocês foram espancados. Vocês são os meus novos heróis".

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