Clarke, ainda hoje ligado a “2001: uma Odisseia no Espaço”, escreveu um dos grandes livros da “sci-fi” ao imaginar uma nave aparentemente alienígena a deslocar-se em alta velocidade no espaço em direção ao Sol.

Antes do aquecimento inevítável, um grupo de exploradores humanos, numa altura em que estes já logravam viajar com relativa facilidade no espaço e conviver com nascidos em Marte e outros planetas, intercepta o objeto e consegue entrar no seu estranhíssimo interior.

A expedição anda então às voltas com bizarras e gigantescas escadarias, frio e escuridão intensas e perambulações onde descobrem enigmáticas cidades com edifícios sem portas ou janelas ou “mares” congelados e inexplicáveis.

Enquanto tudo indica tratar-se de uma construção alienígena com mais de 1 milhão de anos, uma narrativa paralela de debates acirrados e encontros entre especialistas de diversas área, a milhões de quilómetros dali, dão conta dos avanços dos exploradores ao mesmo tempo que tentam alertá-los de cataclismas que vão afetar o grupo. Isso tudo num relativamente curto espaço de tempo, já que a nave está lentamente a aquecer enquanto se dirige ao Sol de forma imparável.

Lançada em 1972, Clarke propôs uma cativante leitura aos fãs de ficção científica, repleta de dados plausíveis e descrições assombrosas de um mundo alienígena - tudo pontuado por questionamentos sobre a natureza humana.. Resta saber o que proporá o realizador de “Arrival” na sua adaptação.