O cante alentejano far-se-á ouvir pela primeira vez em Madrid, no dia 13 de fevereiro no Teatro do Círculo de Bellas Artes, com os cantadores de Vila Nova de São Bento e Os Ganhões de Castro Verde.

Além dos grupos dos concelhos de Serpa e Castro Verde, “estará igualmente presente um instrumento muito associado ao cante, a viola campaniça, interpretada pelos Moços D`uma Cana”, disse à Lusa fonte da organização.

O Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento nasceu em abril de 1986, de “encontros ocasionais na taberna a beber uns copos”, disse fonte do Festival Terras Sem Sombra (FTSS), que organiza esta iniciativa.

“Cantaram, como era tradição, gostaram de ouvir-se, vibraram de entusiasmo e sob a euforia um deles terá sugerido que deviam formar um rancho e a ideia instalou-se nos espíritos, fervilhou, avolumou-se, galvanizou-os, a ponto de convidarem alguns amigos para o novo rancho”, que atualmente conta com 30 elementos.

A Associação de Cante Alentejano “Os Ganhões” de Castro Verde, cujo grupo estará em Madrid, tem como objetivos, a preservação e divulgação do cante alentejano, dos usos e costumes do concelho de Castro Verde, manter em funcionamento grupos corais de cante alentejano e promover ações por sua iniciativa ou colaborar com outras entidades, com vista à referida preservação e divulgação do cante alentejano”.

O grupo Moços D´Uma Cana é o resultado de um projeto do agrupamento de Escolas de Castro Verde em parceria com as autarquias locais e a Cortiçol - Cooperativa de Informação e Cultura.

Este projeto “passa pela construção e o ensino do toque da viola campaniça em âmbito escolar, e uma vez terminado o percurso escolar, os alunos envolvidos decidiram formar-se como associação/grupo em prol da defesa da construção e do toque da viola campaniça, bem como do cante alentejano”.

Os Moços d´uma Cana são David Pereira, José Abreu, David Caetano, Bruno Guerreiro, João Marques, Rodrigo Valentim, Jorge e Miguel Madeira, Renato Marques, Miguel Carrapiço e Cristiano Luz.

"Pela primeira vez, um território une-se em torno da música, património e biodiversidade, para levar o Alentejo a Madrid. A cultura é a melhor forma de promoção de um país, e o FTSS é o veículo de transmissão destes valores ancestrais, e pela primeira vez, o Cante Alentejano, património imaterial da Humanidade desde 2014, poderá ser ouvido em Madrid”, disse à Lusa Sara Fonseca, diretora executiva do FTSS.

A estreia do Cante Alentejano em Madrid faz parte do programa de apresentação da 12.ª edição do FTSS na capital espanhola, no dia 11 de fevereiro, às 12h00, na embaixada de Portugal.

O certame realiza-se este ano sob o lema “Torna-Viagem – o Brasil, a África e a Europa (da Idade Média ao século XXI)”, de fevereiro a julho no Baixo Alentejo, numa organização do Departamento de Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, sendo seu diretor artístico Juan Ángel Vela del Campo.