John Bailey, o presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela atribuição dos Óscares, está a ser investigado por alegações de assédio sexual, informa a Variety.
A Academia recebeu três queixas na quarta-feira e abriu uma investigação ao diretor de fotografia de 75 anos, conhecido pelo trabalho em filmes como "Os Amigos de Alex" e "O Feitiço do Tempo", que foi eleito em agosto de 2017 para um mandato de quatro anos.
Em resposta a perguntas da AFP, a Academia limitou-se a afirmar que "trata todas as denúncias de forma confidencial para proteger todas as partes".
"A comissão de membros examina todas as denúncias contra membros da Academia em função de nossas regras de conduta, e após este exame, submete suas conclusões ao conselho de governadores", destacou em sua declaração.
A 4 de março realizou-se a 90ª cerimónia dos Óscares, marcada pelo apoio claro aos movimentos contra os assédios sexuais e abusos de poder na indústria, e apenas há seis semanas Bailey anunciava durante um almoço com os nomeados que Hollywood estava a caminho de pulverizar os seus piores abusos e de uma reinvenção.
"Há uma maior consciência e responsabilidade para equilibrar género, raça, etnias e religião. O rochedo fossilizado de muitos dos piores abusos de Hollywood está a ser pulverizado no esquecimento", afirmou a 6 de fevereiro.
Em dezembro, a organização aprovou códigos de conduta que devem ser seguidos pelos seus membros, um passo tomado no âmbito dos escândalos de assédio sexual que atingiram Hollywood após as alegações levantadas contra o produtor Harvey Weinstein, que foi expulso em outubro.
Na mesma altura, dava-se conta que estavam a ser finalizados procedimentos para lidar com alegações de má conduta, que orientariam o Conselho de Governadores, que tem representantes de todos os ramos da Academia, a decidir se "certas alegações necessitam de ações em relação à qualidade de membro".
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