
Eram os mais esperados do dia e não desiludiram: os Metallica subiram esta sexta-feira, dia 8 de julho, ao palco principal do NOS Alive, que recebeu também Don Broco, AJ Tracey (que substituiu Stormzy), e Royal Blood.
Com um atraso de 11 minutos cravados, "Whiplash" abriu o tão aguardado concerto dos Metallica (depois da apresentação programada para a décima quarta edição do NOS Alive, prevista na altura para ocorrer em 2020, teve de ser remarcada devido à pandemia da COVID-19). Mas, em conversa com o SAPO Mag, a opinião dos fãs era unânime: vale sempre a pena esperar para ver a banda de James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo.
Com ritmo acelerado e sem tempo nem para piscar, "Creeping Death" chegou quase que anexa à famigerada primeira canção escolhida para a abertura.
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A explosão de êxtase veio com tudo no seguimento, em "Enter Sandman", tema que fez a fama do grupo californiano ganhar uma proporção mundial, devido ao disco que recebeu a alcunha de ‘Black Album’ em 1991 por não ter nada além do logo da banda numa capa preta com uma serpente no rodapé.
"Cyanide", "Wherever I May Roam", "Nothing Else Matters" - como seria de esperar, os smarphones dos festivaleiros saltaram dos bolsos para registar o momento a ser partilhado nas redes sociais - e "Dirty Window" nutriram fortes sensações daqueles que ansiavam pela atuação.
Veja na galeria as fotos do concerto:
Mas foi "Sad But True" que motivou a multidão a cantar a uma só voz e com considerável eco, deixando muitos dos fãs com uma lágrima no canto do olho. Outro ponto alto foi com "Seek & Destroy", que fez com que os metaleiros tocassem as suas ‘guitarras de vento’ juntamente com Kirk.
Depois de um pequeno ‘drama’ e de gritos por mais, intercalado por palmas incessantes, o já previsto encore aconteceu com três canções que batem forte no coração dos admiradores do grupo: "Damage, Inc.", "One" e a adorada, unanimemente, "Master of Puppets".
Com projeções surpreendentes, pirotecnia e fogos de artifício a despedida deixou um adeus em jeito de ‘até já'. No final, o suor, os sorrisos e algumas vozes roucas não deixavam margem para dúvidas: como sempre, os Metallica ofereceram tudo o que os fãs esperavam.
O alinhamento perfeito dos Royal Blood
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O duo britânico de West Sussex, Royal Blood, subiu ao palco NOS pontualmente às 21h00. O frontman, Mike Kerr (com o seu baixo configurado para simular também timbres de guitarra), e o baterista, Ben Thatcher, arrancaram com a pujante ‘Typhoons’ (tema-título do terceiro e mais recente álbum, lançado em abril de 2021).
A sequência veio com "Boilermaker". Logo depois, Mike dirigiu-se ao público: "Nem em um milhão de anos jamais pensaríamos que iríamos tocar para tanta gente, e, que tocaríamos antes dos Metallica". E foi aí que o estimulante riff de "Lights Out" veio em grande.
Veja na galeria as fotos dos concertos:
O embalo continuou a pulsar em "Come on Over". Então "Trouble's Coming" trouxe a recente empreitada dos músicos com a proposta de mesclar mid-controllers e sintetizadores nos sons pelo adjunto do tecladista convidado para a digressão, Darren James.
As mais antigas, "Hook, Line & Sinker", "Little Monster" e "How Did We Get So Dark?" mostraram ter o seu lugar especial na preferência dos festivaleiros que os acompanham há mais tempo.
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Darren esteve novamente a conduzir as teclas em "Million and One". Porém, foram mesmo as mais longínquas "Loose Change" e "Figure It Out" que mexeram a valer com o público.
O encerramento ficou mesmo com a mais querida, aparentemente: "Out of the Black" (a canção que abre o primeiro álbum de estúdio do grupo, homónimo, de 2014). Foi muito bonito de se ver, o refrão cantado de maneira emocionante por quem já acompanha desde o começo o fenómeno do rock alternativo atual.
Don Broco conquistam (novos) fãs
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Três anos depois da estreia no MEO Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia, os britânicos Don Broco rumaram ao sul para se apresentarem pela primeira vez no NOS Alive. A banda teve a missão de abrir o palco principal no terceiro dia do festival.
Apesar de ainda não terem conquistado uma base de fãs em Portugal, o grupo liderado por Rob Damiani já conta com uma década de estrada. A banda editou o seu álbum de estreia (“Priorities”) em 2012 e, desde então, têm-se mantido fiel ao seu estilo que combina rock alternativo com pop.
No NOS Alive, os Don Broco conseguiram cativar a pequena multidão que esperava pelos Metallica. Além das canções energéticas, a atitude rebelde e a simpatia do vocalista Rob Damiani conquistaram o público que alinhou nos pedidos da banda: vários moches, saltos e muita festa durante quase uma hora.
Depois dos Don Broco foi a vez de AJ Tracey, que substituiu Stormzy, subir ao palco NOS.
Na 14.ª edição do NOS Alive, inicialmente prevista para 2020 e adiada devido à pandemia da COVID-19, as atuações repartem-se por sete palcos, a começar no pórtico de entrada dos espectadores, passando por um coreto, um palco dedicado à comédia, outro à música eletrónica ou o palco maior, com os cabeças de cartaz.
Hoje, pelo festival, passaram também M.I.A., Três Tristes Tigres, St.Vincent, Holly, T-Rex, Lon3r Johny, Guilherme Duarte, Guilherme Fonseca, Teresinha Landeiro e Madalena Palmeirim, entre muitos outros.
O cartaz de hoje incluía também Tom Misch, que na quarta-feira cancelou a atuação no festival “devido a doença”, de acordo com o músico, numa publicação partilhada nas redes sociais.
O 14.º NOS Alive começou na quarta-feira e estende-se até sábado, com mais de 160 atuações.
Esta semana, o promotor Álvaro Covões contou à agência Lusa que nos quatro dias do festival são esperadas 210.000 pessoas, de 98 nacionalidades. Os bilhetes para sexta-feira e sábado já estão esgotados.
Em relação a edições anteriores, não há alterações substanciais no recinto do festival, na disposição dos sete espaços, e das zonas de restauração, exceto numa maior dispersão de pontos de acesso às casas de banho.
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