
Jane Austen, cujo nascimento completa 250 anos em 2025, continua a desfrutar de uma imensa popularidade no Reino Unido, onde vários eventos estão planeados para comemorar a efeméride.
Aos leitores das suas obras, que incluem os romances "Sensibilidade e Bom Senso", "Orgulho e Preconceito" e "Emma", não faltarão eventos para homenagear a escritora nascida em 16 de dezembro de 1775 em Steventon, uma pequena cidade perto de Oxford, no centro da Inglaterra.
Em setembro, um festival sobre Jane Austen verá centenas de pessoas em trajes de época a desfilar pelas ruas de Bath, no sudoeste da Inglaterra, onde a autora viveu durante alguns anos e onde se passam dois dos seus romances.
Também haverá bailes com os temas dos seus livros. Conseguir bilhetes, que custam quase 200 libras (cerca de 242 euros), é uma tarefa difícil.
A BBC exibe outra série dedicada à escritora, "Miss Austen", que revela a personagem da sua irmã Cassandra, que queimou as cartas de Jane após a sua morte, fazendo com que desaparecessem os segredos da sua vida.
Southampton, no sul da Inglaterra, onde a escritora viveu durante dois anos, programou uma exposição no Museu SeaCity, de 29 de março a 31 de outubro de 2025, com exibições de pinturas, cartas, livros e objetos pessoais relacionados com a escritora e o seu círculo de amigos na cidade.
Condição da mulher
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Os seis romances de Jane Austen, que morreu aos 41 anos em 1817, têm milhões de leitores ao redor do mundo.
Exploram a condição da mulher na nobreza rural inglesa do início do século XIX, onde o matrimónio era uma questão de sobrevivência social. Através das suas heroínas, a escritora critica as situações da época.
"Orgulho e Preconceito", com a protagonista Elizabeth Bennet, tem um culto especial de leitores e foi até mesmo uma fonte de inspiração para a personagem literária fictícia Bridget Jones, de acordo com a sua autora, Helen Fielding.
Lauren Falconer, guia do Centro Jane Austen, em Bath, interpreta o papel de Lizzie Bennet perante turistas do mundo todo.
"Temos americanos, australianos, chineses, japoneses, alemães...", diz.
"As histórias são cativantes. Os meus alunos adoram-nas, especialmente as meninas", diz Maria Letizia d'Annibale, professora italiana de literatura inglesa na cidade de Pescara, durante a sua visita ao centro.
Moa Aashacka, uma estudante sueca de 23 anos, diz que viu primeiro o filme "Orgulho e Preconceito", de 2005, protagonizado por Keira Knightley, e depois leu o livro em sueco.
"É sobre mulheres que tomam o poder", explica Moa, antes de comprar o romance "Persuasão", que lerá desta vez em inglês.
Mais popular do que nunca
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Para Kathryn Sutherland, professora de literatura inglesa na Universidade de Oxford, Jane Austen está mais popular do que nunca.
"Ela agora é um fenómeno, mais do que apenas uma escritora", diz.
O ponto de viragem, segundo ela, remonta às adaptações dos seus livros para a televisão e o cinema na década de 1990, que apresentavam "belos cenários, belos figurinos, bailes".
Nos filmes, os heróis são bonitos, enquanto nos livros "não parecem particularmente atraentes", afirma a professora.
"Tudo isso transforma os filmes em algo que os livros de Jane Austen não são, algo mais romântico, enquanto as suas obras estão mais interessadas em questões morais mais amplas", explica.
"Pode-se ler os seus livros várias vezes e encontrar sempre algo novo neles", diz Kathryn Sutherland.
Como acontece com todos os estudiosos de Jane Austen, o ano desta professora da Universidade de Oxford promete ser movimentado.
A docente da renomada universidade publicará um livro sobre a escritora chamado "Jane Austen em 41 objetos" e está a prepaar uma exposição em Oxford intitulada "Dançando com Jane Austen", que inclui figurinos de filmes e vários documentos.
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