Em comunicado, a arquidiocese alentejana afirmou que a decisão de realizar esta exposição na Igreja de São Vicente “parece pouco sensata e reveladora de pouco respeito pela sensibilidade de muitos cidadãos”.

Para esta instituição católica, existem espaços que têm “uma história, uma identidade e uma ligação à cultura e às emoções das pessoas que os usam”.

A Arquidiocese de Évora falava na sequência de atos de vandalismo praticados na quinta-feira contra a exposição “Missiva de amor e ódio”, que se encontrava patente na Igreja de São Vicente, propriedade da Câmara de Évora e sem culto há vários anos.

No comunicado, a arquidiocese “repudia liminarmente qualquer atitude de intolerância, vandalismo e violência e demarca-se, sem reservas, destes atos”, realçando estar “comprometida com a paz social e a convivência respeitosa entre todos”.

“Numa sociedade plural e democrática, entendemos ser dever de cada cidadão e, mais ainda, dos agentes institucionais promover a convivência pacífica entre todos e a livre expressão de ideias e sensibilidades”, sublinhou.

A exposição “Missiva de amor e ódio” foi vandalizada, na quinta-feira, por três homens, que se colocaram em fuga.

A mostra integrava o programa da 1.ª Évora Pride, que está a decorrer, até domingo, na cidade alentejana, organizada em parceria pela Sociedade Harmonia Eborense, Núcleo Feminista de Évora e Associação Évora Queer.

Também em comunicado, o Comando Distrital de Évora da PSP indicou ter recebido o alerta para um ato de vandalismo contra esta exposição e mobilizado meios policiais para o local.

Segundo a PSP de Évora, quando os agentes chegaram, três homens de aparência caucasiana já se tinham colocado em fuga, tendo apurado que foram provocados danos em várias peças de arte e roubadas outras duas.

Durante o ato, adiantou, foi restringida a liberdade de um funcionário da autarquia que se encontrava no local.

“Os factos apurados foram comunicados à Polícia Judiciária, que se deslocou ao local”, acrescentou.