Naquela que se apresenta como a sua edição “mais ambiciosa” o Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça aposta numa “viagem musical que inclui recitais, música de câmara e coral, concertos sinfónicos e óperas, protagonizada por alguns dos melhores agrupamentos na área da música erudita a nível nacional e internacional, mas também produções de jazz, músicas do mundo, dança contemporânea e outras atividades complementares”, divulgou a Banda de Alcobaça, organizadora do certame.

Intitulada “Da Ibéria aos novos tempos”, a edição de 2021 é dedicada às celebrações dos 500 anos da circum-navegação e às efemérides musicais deste ano, propondo 40 espetáculos a realizar entre a próxima sexta-feira e o dia 1 de agosto.

O programa, divulgado pela organização, inclui, na sexta-feira, o concerto de abertura protagonizado pelo grupo vocal e instrumental espanhol La Grande Chapelle, que estreia em Portugal um repertório de música sacra escrita por José de Baquedano, para a Catedral de Santiago de Compostela.

No sábado sobe ao palco “A Música do século XXI”, com o Lusitanus Ensemble a interpretar obras encomendadas a compositores portugueses contemporâneos, entre os quais Anne Victorino d’Almeida, Carlos Azevedo, Alexandre Delgado, Mariana Vieira, Daniel Bernardes, Bernardo Sassetti, Carlos Marques e Eurico Carrapatoso.

Além do concerto de abertura, as comemorações dos 500 anos da circum-navegação serão o mote para as atuações dos Solistas do Coro de Câmara de Granada e o Samsaoui Ensemble, que apresentam o programa “O Périplo De Magalhães E Elcano: Uma Volta Ao Mundo Em 12 Obras”.

Ainda nesta temática, a organização destaca a participação da Accademia del Piacere, com “Música Mestiça - Na Espanha barroca”, e também oriundo de Espanha, o Ensemble Instrumental da Cantábria, que apresentará um programa dedicado a Manuel de Falla, a propósito dos 75 anos do desaparecimento deste compositor espanhol.

Com grande peso na programação do Cistermúsica, a música de câmara volta a destacar-se nesta edição que apresenta em Alcobaça o quinteto de sopros GISBA, os solistas da Orquestra XXI, o quarteto de cordas Esmé (Coreia do Sul) e a pianista Marta Menezes, acompanhada por um trio de cordas, que irão celebrar Saint-Saëns, Haydn, Tchaikovsky, Piazzolla, Stravinsky, entre outros.

O compositor russo Igor Stravinsky estará também em destaque na atuação do Ensemble Darcos, que apresentará ”História do Soldado”, que terá como narrador o ator Paulo Pires.

Da programação os organizadores destacam ainda um recital de piano a quatro mãos, por Jill Lawson e Luísa Tender; a estreia moderna do “Requiem de Coimbra”, uma Missa de Defuntos a 4 vozes da primeira metade do século XVI, conservada na Biblioteca da Universidade de Coimbra, interpretada pelo ensemble vocal e instrumental luso-francês Capella Sanctae Crucis; e o programa dedicado ao mestre da polifonia flamenga Josquin des Prez e seus contemporâneos em Portugal, pelo Alma Ensemble, que terá lugar no Mosteiro de Cós.

O festival homenageia com uma gala (pelo Allurement Trio) a cantora lírica italiana Mariella Devia, que estará em Alcobaça para uma 'masterclasse' e será ainda marcado por dois grandes concertos sinfónicos (Orquestra Metropolitana de Lisboa e pela Orquestra XXI) e pelas óperas “La Serva Padrona”, de Pergolesi, e a “ópera-tango” "Maria de Buenos Aires", de Astor Piazzolla, compositor argentino nascido há cem anos.

Ao longo do festival há ainda outras propostas de novo tango, dança contemporânea e a programação “Outros Mundos”, com concertos que vão do jazz às músicas do mundo, entre as quais a organização destaca Gaia Cuatro, que junta a Argentina ao Japão, e ainda The Nagash Ensemble, da Arménia.

Na sua 29.ª edição, o Cistermúsica volta a apostar nas redes de programação em mosteiros cistercienses (Rota de Cister) e noutros palcos do património natural e cultural, desde o litoral ao interior do país, cuja programação concreta será apresentada nos próximos dias.

Organizado pela Banda de Alcobaça, o festival realiza-se em parceria com o município e a Direção-Geral do Património Cultural/Mosteiro de Alcobaça, onde se realiza a maior parte dos concertos.

Conta com o apoio financeiro da Direção-Geral das Artes e de alguns mecenas.