"Neste momento devemos-lhe o mesmo aplauso que sempre lhe oferecemos, um aplauso de certa forma eterno", declarou o ministro à agência Lusa, comentando a morte hoje da atriz, aos 93 anos.

"Foi um privilégio para Portugal e para os portugueses ter uma atriz como Eunice Muñoz. Tinha um talento quase natural e um dom único para a representação e, por isso mesmo, para nós todos, a vida da Eunice Muñoz confunde-se com os palcos e com o teatro, é uma espécie de relação íntima que todos fomos desenvolvendo com a mulher doce e afável", disse o governante.

Pedro Adão e Silva destacou o facto de, para os portugueses, Eunice Muñoz ser "uma verdadeira senhora do teatro" e considerou como um facto poder-se reconhecer neste momento que, "felizmente, todo o país, de formas distintas", soube reconhecer a atriz em vida.

O ministro destacou também a carreira longa e de enorme proximidade e de intimidade da atriz: "É como se todos a conhecessem e talvez essa seja também uma marca distintiva. Não é só o dom que tinha de facto e o talento como atriz, é também essa proximidade e essa intimidade".

Essa intimidade, explicou o governante, tem a ver com o facto de a carreira ter sido "muito longa e muito versátil", com grande presença nos palcos e também na televisão, criando uma relação próxima com os portugueses.

"Era como se todos a conhecessem. E é também isso que lhe deu sempre um enorme aplauso em vida e que neste momento cria também esta consternação e a continuação desse aplauso", concluiu o ministro da Cultura.

Eunice Muñoz morreu hoje, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, segundo o filho da atriz, tendo completado em novembro 80 anos de carreira.

Em abril do ano passado, Eunice Muñoz foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, cerca de três anos depois de ter recebido a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.