O anúncio foi feito na quinta-feira, em Barcelona, pelo Grupo Planeta, autor do prémio de maior valor pecuniário em Espanha, que na sua 69.ª edição, em plena pandemia, decidiu jogar pelo seguro e apostar em valores seguros: nomes dos meios de comunicação social, 'best-sellers' e, se possível, autores da casa, segundo noticiou o El País.

Isso mesmo se verificou com as duas autoras premiadas, escolhidas de entre 582 candidatos ao prémio.

A vencedora, Eva García Sáenz de Urturi, autora de romances policiais e conhecida pelo sucesso da “Trilogía de la ciudad blanca” (“Trilogia da cidade branca”), decidiu misturar o thriller que marca aquela saga, com romance histórico do século XII, em “Aquitânia”, o que lhe valeu o prémio de 601 mil euros.

Como finalista, foi escolhida Sandra Barneda, apresentadora de televisão, com o romance “Un océano para llegar a ti”, uma história emocional de desentendimentos entre um pai e uma filha que lutam para os ultrapassar, e que deu à autora um prémio de 150.250 euros.

Eva García Sáenz de Urturi, de 48 anos, foi durante anos optometrista, mas a paixão pela literatura impeliu-a a escrever e a tentar lançar o seu primeiro romance, “La Saga de los Longevos”, que foi rejeitado por várias editoras.

A escritora acabou por publicá-lo numa edição de autor, que se tornaria um sucesso na Amazon.

Este foi o primeiro passo para o reconhecimento de uma autora, cuja obra rapidamente chegaria aos Estados Unidos e ao Reino Unido.

Em 2014 publicou um segundo livro, “Los Hijos de Adán”, e ainda o romance histórico “Pasaje a Tahiti”, e em 2016, após ter ingressado na Academia da Polícia para conhecer melhor as investigações criminais, publicou “O Silêncio da Cidade Branca”, único livro da autora publicado em Portugal, pela editora Lua de Papel.

Este 'thriller', ambientado na sua cidade natal (Vitoria, na província basca de Álava) tornou-se um enorme sucesso de crítica e vendas e está atualmente a ser adaptado ao cinema.

A cerimónia de proclamação dos vencedores realizou-se num formato diferente do habitual, no Palau de la Música Catalana, com um número muito reduzido de participantes, entre os quais se contaram a vice-presidente do Governo, Carmen Calvo, a presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, e o presidente do Grupo Planeta, José Creuheras.

O júri foi composto por José Manuel Blecua, Fernando Delgado, Juan Eslava Galán, Pere Gimferrer, Carmen Posadas, Rosa Regàs e Belén López.

No ano passado, o vencedor e o finalista do prémio foram Javier Cercas, com “Terra Alta” (publicado este mês em Portugal pela Porto Editora) e Manuel Vilas, com “E, de repente, a alegria” (publicado em maio pela Alfaguara), uma premiação que surpreendeu pela escolha de dois nomes considerados pesos pesados da narrativa espanhola contemporânea.

Isto porque, nos últimos anos, o Prémio Planeta tem estado arredado de figuras consagradas no meio puramente literário, premiando autores do âmbito do romance comercial, género a que voltou na edição deste ano.

Tudo o que se passa à frente e atrás das câmaras!

Receba o melhor do SAPO Mag, semanalmente, no seu email.

Os temas quentes do cinema, da TV e da música!

Ative as notificações do SAPO Mag.

O que está a dar na TV, no cinema e na música!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOmag nas suas publicações.