Segundo a UPT, a descoberta destes sítios de arte pós-paleolítica, que “possuem valor incalculável”, ocorreu após meses de uma investigação arqueológica em Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo, liderada por Fátima Matos Silva.

Estas 50 estações de arte rupestre de ar livre “remontam ao período compreendido entre o Neolítico (meados do VI milénio a.C. aos finais do IV milénio a.C.) e a Idade de Ferro (entre 700 a.C. e o século I d.C.)”.

“Estes locais de arte pós-paleolítica - também designada Arte Atlântica ou Arte de Tradição Esquemática, conforme os autores e as cronologias - possuem um valor incalculável e vêm enriquecer o já vasto património arqueológico desta área geográfica”, sustenta a UPT, em comunicado hoje enviado à imprensa.

Os investigadores e arqueólogos da UPT defendem que “estas magníficas representações simbólicas das comunidades agrícolas e pastoris de um passado tão longínquo são irrepetíveis, pelo que urge criar as adequadas condições de preservação”.

Os “trabalhos desenvolvidos até à data incluem a limpeza e os levantamentos gráficos, fotográfico e fotogramétrico, com vista a futura publicação e, dado o elevadíssimo número de vestígios, a investigação está ainda em curso”.

A prospeção arqueológica tem contado também com a colaboração, entre outros, de Mário Barbosa e Hugo Pires, na área de fotogrametria (técnica de extrair de fotografias métricas a forma, as feições, as dimensões e a posição de objetos nelas contidos).

Os “motivos mais comuns” encontrados nas gravuras rupestres descobertas em Paredes de Coura “são as covinhas, os círculos ou semicírculos - por vezes preenchidos por pontos, armas, zoomorfos, de diversos tipos, como cavalos, ocasionalmente com cavaleiro, e as figurações humanas, também de configurações díspares”.

“Algumas das gravuras apresentam-se consideravelmente vincadas, sendo, contudo, o traço, na maioria das situações, ténue e de difícil identificação, pelo que o recurso às novas tecnologias tem ajudado em muito ao seu conhecimento aprofundado”, especificou Fátima Matos Silva, arqueóloga do Departamento de Turismo, Património e Cultura da UPT, citada na nota.

O vale superior do rio Coura “é uma área muito rica em vestígios que documentam uma ocupação contínua desde tempos pré-históricos”.

Os trabalhos de prospeção arqueológica desenvolvidos ao longo dos anos “permitiram inventariar um total de 156 estações e vestígios arqueológicos, divulgados na Carta Arqueológica de Paredes de Coura, da autoria de Fátima Matos Silva e Carlos Gouveia da Silva”.

O documento, publicado em 2010 pela Câmara de Paredes de Coura, inclui património enquadrável numa vasta extensão temporal, desde a pré-história antiga (três vestígios), a pré-história recente (73, a maior parte dos quais referentes a monumentos megalíticos), a Idade do Bronze (6), a Idade do Ferro (16 povoados fortificados) e a romanização (57).

“Há, ainda, oito locais com vestígios de ocupação na Idade Média”, aponta a UPT.

Uma década depois da publicação da Carta Arqueológica de Paredes de Coura, “têm sido encontrados outros achados indicadores de ocupação humana de diversas épocas, com destaque para as gravuras rupestres agora descobertas, o que vem sublinhar a ideia tantas vezes defendida pelos arqueólogos de que uma carta arqueológica nunca está completa”.

A Universidade Portucalense Infante D. Henrique (UPT) é um estabelecimento de ensino superior cooperativo que iniciou a sua atividade em 1986 e funciona exclusivamente na cidade do Porto.

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