“Há muitos descontos e gratuitidades, eles devem manter-se e até se podem alargar para os residentes em território nacional, mas há uma reflexão a fazer sobre se os turistas devem beneficiar de algumas gratuitidades”, disse Pedro Adão e Silva aos jornalistas, no final de uma apresentação, em Lisboa, sobre a reorganização da gestão da área do património cultural.
O Governo decidiu extinguir a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e criar duas entidades públicas – o instituto Património Cultural, e a empresa Museus e Monumentos de Portugal, cujos diplomas de criação devem entrar em vigor a 01 de janeiro de 2024.
“Admitimos rever a bilhética até lá”, admitiu Pedro Adão e Silva, tendo em conta “a pressão turística e a pressão que alguns monumentos têm. Muitos deles não aguentam tanta gente no seu interior e há uma reflexão a fazer”, reconheceu.
De acordo com os dados estatísticos da DGPC, em 2022, os museus, monumentos e palácios nacionais somaram 3,3 milhões de visitantes, o que representou uma recuperação de quase dois milhões de entradas face às perdas durante a pandemia da covid-19.
No entanto, os números ficam aquém dos cerca de quatro a cinco milhões, atingidos antes da pandemia, entre 2017 e 2019.
Em 2022, de entre os museus e monumentos sob alçada da DGPC, o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, foi o mais visitado, com 870.321 entradas, seguindo-se a Torre de Belém, também na capital, com 377.780 visitantes.
Ambos estão classificados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Património Mundial desde 1983 e são dos mais procurados pelos turistas que passam pela capital.
Entre os museus, o mais visitado em 2022 foi o Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, com 202.900 visitantes, seguido do Museu Nacional dos Coches, também na capital, com 181.594 entradas, e do Museu Monográfico de Conímbriga, com 132.004 visitantes.
Segundo a tutela, além da revisão da bilhética, em 2024, está prevista também uma revisão do regulamento sobre cedência de espaços sob gestão da DGPC.
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