A Banda do Mar conquistou os corações das centenas de pessoas que encheram o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.

undefined

O concerto da Banda do Mar em Guimarães estava esgotado há semanas e, antes de começar, as conversas traduziam a ansiedade das cerca de 800 pessoas que esgotaram o Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor.

As conversas paralelas terminaram no momento em que Mallu Magalhães, Marcelo Camelo e Fred Ferreira subiram ao palco. Entre um "boa noite" e um "estão sentados mas vai ter muito rock", começaram a soar os primeiros acordes de "Cidade Nova", tema cantado com ritmo por Marcelo e que arrancou logo sorrisos à plateia.

Sem pausas, seguiu-se  "Me Sinto Ótima" pela voz de Mallu Magalhães, que logo passou testemunho ao seu marido, Marcelo Camelo, que cantou "Hey Nana", subindo os níveis de emoção.

Era impossível que viesse mais alguém ao concerto, mas as 800 pessoas faziam bem a festa e provaram-no em "Mais Ninguém", um dos singles mais conhecidos da Banda do Mar.

Se há concertos no paraíso, este tem lugar de destaque. Durante "Pode ser", "Mia" e "Faz Tempo", as expressões do público transpiravam felicidade entre leves abanares de cabeça ao ritmo do swing de Mallu Magalhães.

Apesar de estarem casados, Mallu e Marcelo contrariaram o "juntos até que a morte nos separe", porque na oitava música a cantora ficou sozinha em palco. Com apenas uma luz branca a iluminar, Mallu cantou "Olha só, moreno" (canção que não estava na setlist colada no chão do palco), entre um silêncio profundo no auditório que quase permitia ouvir o bater dos corações.

Tal como no álbum, no concerto Mallu Magalhães e Marcelo Camelo dividem a missão de dar voz às canções. Porém, durante o concerto, os dois cantores brasileiros vão recordado temas extra Banda do Mar. Depois de de Mallu cantar "Olha só, moreno" e "Velha e Louca", da sua carreira a solo, Marcelo Camelo ofereceu "Vermelho" e lembrou que se houvesse algum Camelo na plateia, seria da sua família.

$$gallery$$

Entre "Sambinha Bom", "Além do que se vê", "Solar" e "Seja como For", a banda foi trocando algumas palavras com o público, agradecendo por várias vezes a presença de todos que esgotaram o concerto há semanas.

O espetáculo já ia longo e a Banda do Mar já tinha conquistado o público, quando Mallu chamou ao palco Sebastião (devia ser D. Afonso Henriques, mas não conseguiu bilhete), um pequeno fã, que não apareceu entre nevoeiro, mas atrás de Fred Ferreira e lá ficou durante "Doce Solidão".

Entre gestos de amor, na setlist seguiu-se "Janta" e "Dia Clarear", anunciada como a última música. Mas houve direito a encore - o público levantou-se e pediu mais e a Banda do Mar satisfez o pedido.

"Podem continuar de pé agora", pediu Marcelo Camelo antes de começar o sprint final que contou com"Cena", "Morena" e "Muitos Chocolates". No encore, Mallu Magalhães mostrou o seu lado de humorista depois de um pequeno problema técnico por mau contacto no "violão": "A culpa é do Osmar Contacto". O público riu e Marcelo Camelo gracejou dizendo que ninguém tinha percebido. Mas, sem demoras, Mallu respondeu à letra e entre gargalhadas: "Perceberam porque estão rindo. E agora estão rindo mais ainda. E eu agora não vou conseguir parar de rir, minha risada é cíclica".

Um concerto com casa cheia e que encheu os corações. Foi muita beleza e muito amor, num espetáculo simples que navega por histórias do dia dia e onde a felicidade veleja em cada som.