Um dos principais atores da Coreia do Sul pediu desculpas depois de ter sido revelado que teve um filho com uma mulher com quem não é casado, ficando sob o escrutínio nacional num país onde os nascimentos fora do casamento ainda são vistos como tabu.
Conhecido por títulos como "O Bom, O Mau e O Estranho", "Asura", "Jeungin" e "Cobweb - A Teia", Jung Woo-sung, uma premiada estrela na competitiva indústria cinematográfica da Coreia do Sul desde a sua estreia na década de 1990, chegou às manchetes esta semana após a sua agência confirmar que o ator de 51 anos é o pai biológico do filho da modelo Moon Ga-bi, nascido em Março.
Dias antes, Moon, de 35 anos, revelou que se tornara recentemente mãe, sem revelar a identidade do pai da criança. Uma notícia afirmou que a modelo queria casar-se com Jung para "proporcionar uma família ao filho", mas o ator recusou.
Embora Jung tenha prometido "cumprir as suas responsabilidades" como pai, o seu silêncio sobre os planos de se casar com Moon gerou intensa reação, com muitos a chamar-lhe "irresponsável" numa sociedade onde persistem estigmas profundos contra mães solteiras e os seus filhos.
“Lamento sinceramente a todos aqueles que me mostraram amor e acreditaram em mim pela preocupação e deceção que causei”, disse Jung na sexta-feira ao subir ao palco como apresentador dos prestigiados Blue Dragon Film Awards.
E acrescentou: "Aceitarei e suportarei todas as críticas. Como pai, cumprirei as minhas responsabilidades para com o meu filho até ao fim".
Há muito que Jung cultivava uma imagem livre de escândalos e serviu como embaixador da boa vontade da agência de refugiados da ONU durante quase uma década, até julho.
Os críticos compararam esta semana a situação do bebé à dos refugiados – destacando o estigma enfrentado pelos filhos de mães solteiras.
“Ele falou tanto sobre [acolher] os refugiados, mas fez do seu próprio filho um refugiado”, disse um comentador num 'site' de notícias.
Uma deputada do Partido Democrata, da oposição, manifestou o seu apoio à aceitação de diferentes estruturas familiares na sociedade sul-coreana.
“A realidade é que cada pessoa é única”, disse Lee So-young, que acrescentou que os pais se divorciaram quando ela era jovem.
“Uma sociedade que respeitasse estas diferenças seria certamente uma sociedade melhor, não seria?”
Apenas 4,7% dos bebés sul-coreanos no ano passado nasceram fora do casamento, um dos valores mais baixos entre 38 países desenvolvidos, onde a média ronda os 40%.
A Coreia do Sul tem lutado contra as taxas de natalidade mais baixas do mundo e a queda acentuada das percentagens de casamento.
Especialistas dizem que um fator contribuinte poderá ser a definição legal restrita do país sobre o que uma família implica.
Eles salientam que as aprovações judiciais para a adoção de uma criança por uma pessoa solteira são extremamente raras, a procura de doação de esperma é efetivamente proibida para mulheres solteiras e os casamentos entre pessoas do mesmo sexo não são legalmente reconhecidos.
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