Na rua onde se concentra o comércio, no recinto do festival, está instalado o palco dedicado ao fado e, para o ver, é preciso passar as portas de acesso. Há quem espreite e fique à porta, há quem entre para ver os concertos, para se refrescar, admirar os retratos de fadistas que preenchem a parede e tirar uma fotografia.
Foi o que fez Sara, de Grândola, pela segunda vez no Nos Alive, e que estava a tirar uma fotografia junto à parede onde figuram fotografias de Amália Rodrigues ou Alfredo Marceneiro.
"Achei uma ideia fantástica [a criação do palco]. Na verdade, não conheço muito fado. Só conheço o novo fado de Ana Moura e Carminho. Ontem estive cá, descobri por acaso, e estava um senhor a cantar o fado e fiquei arrepiada. E estavam muitos estrangeiros à minha volta a dançar. Não sabia que se podia dançar fado, foi divertido", contou à agência Lusa.
No final de uma atuação de Hélder Moutinho, Sophie, vinda de Londres, afirmou à agência Lusa que é fã de fado e, por isso, aplaude a inclusão deste género musical no festival.
"Em Glastonbury, já há o palco folk. Isto é o 'folk' de Lisboa e, felizmente, gostamos tanto! Então é a oportunidade de aproveitar. Acho tudo ótimo", disse a espectadora, num português com sotaque brasileiro.
Ela e o marido estão numas miniférias em Portugal, à boleia do festival.
"Queríamos ver Radiohead em Londres, mas os bilhetes esgotaram em 15 minutos, então pensámos 'vamos aproveitar um festival inteiro, mais barato, e fazer férias aqui em Lisboa'. É muito melhor", contou.
Na quinta-feira, o palco do fado contou com atuações de Marco Rodrigues, Raquel Tavares e dos Dead Combo - que também tem fado no seu ADN musical - e, até sábado, contará ainda com outros nomes, como o guitarrista Ricardo Parreira e a fadista Ana Sofia Varela.
"É uma música típica portuguesa, tradicional, e acho que faz bem, tanto para os portugueses [como para os estrangeiros]. Acho que a gente mais nova está a gostar de fado. Acho que é importante, para tanto estrangeiro, que vem a Portugal, conhecer um pouco mais da nossa cultura", disse à agência Lusa Carlos Lopes, vindo de Vila Nova de Gaia.
Para Tiago Barata, de Almada, o palco do fado foi o primeiro ponto de paragem, depois de entrar no Passeio Marítimo de Algés.
Movido pela curiosidade, disse à Lusa que foi ao festival para ver Radiohead, mas também gosta de fado.
"Acho interessante, diferente música, música portuguesa, é uma boa iniciativa", disse.
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