"Vagarosa" é daqueles discos que encaixam bem a qualquer hora do dia,em qualquer altura do ano. Quando se pensa que a música não pode ser mais transformada, que todas as sonoridades já foram ouvidas, esta brasileira de 30 anos desmistifica todos os preconceitos sobre a música brasileira.

Igual a si mesma, quando se enraizar de vez no ouvido do público, Céu vai ser fácil de identificar. Ainda que numa primeira audição se possa encontrar, por vezes, uma mistura de Marisa Monte, na batida, e de Vanessa da Mata, no tom, quando se continua a ouvir, Céu começa a ganhar vida própria.

Sem abandonar os tradicionais samba e bossa nova, dá-lhe umas tonalidades jazz, batida afro, reggae, electrónica por trás e um toque psicadélico. O que juntamente com o sotaque brasileiro dá ainda mais um toque doce e suave, e ao mesmo tempo quente, ao repertório.

“Não penso que música estou fazendo. Simplesmente faço um som”. Não se importa de fazer parte do grande e abrangente grupo da MPB (Música Popular Brasileira), não quer é que isso a defina e limite. Mas não podia. Céu é infinita no som, na mistura de culturas.

A Rolling Stone brasileira elegeu "Cangote" e "Bubuia" (que dá um cheirinho de música árabe) como as duas melhores canções de 2009. Céu está a começar e, como diz a máxima, "o céu é o limite".

@Inês Henriques

Videoclip de "Grains de Beaute":