Reconhecido nacional e internacionalmente por uma carreira que inclui a interpretação de mais de 100 obras em estreia absoluta, o músico tem colaborado com compositores de diferentes géneros musicais e reúne agora, no espetáculo "1+4=7", as criações Magnet, 3'30'', Tímpani et alia, e Limine.

"Este é um espetáculo de música contemporânea que reúne alguns projetos em duo que tenho vindo a desenvolver nos últimos anos", disse Nuno Aroso à Lusa. "Apesar de a minha atividade artística se centrar muito na música para percussão a solo, gosto particularmente da formação de duo, porque há uma nudez artística que me interessa expor e receber, em intimidade", acrescenta.

Os percussionistas Mário Teixeira e Rui Sul Gomes também subirão ao palco, pelo que no espetáculo de sexta-feira o público poderá "encontrar-se de novo com a percussão contemporânea e apreciar ainda as várias máscaras que esta pode envergar, seja junto de uma cantora da pop, de uma soprano ou de um timpaneiro de orquestra".

Reconhecendo os seus quatro convidados como "grandes artistas, com carreiras notáveis e uma franca abertura à experimentação", Nuno Aroso assume colocar-se "no papel de provocador" para os incentivar.

"Cria-se um novo mundo", defende, "todos estes músicos têm a capacidade de se desafiarem e explorarem as fronteiras dos seus mundos musicais, aparentemente inquebráveis, passando a viver numa zona nova, algo desconhecida".

Quanto à escolha do Auditório de Espinho para morada da única apresentação de "1+4=7", Nuno Aroso relaciona-a com o facto de ter sido essa cidade a acolher o primeiro curso profissional de percussão em Portugal e a motivar a criação da sua vertente universitária no Porto, anos mais tarde.

"Espinho representa para mim, como para quase todos os percussionistas portugueses, um berço musical", explicou.

"Quando decidi, com 15 anos, que queria ser músico profissional, fui viver para Espinho para poder estudar nessa escola e tenho com ela uma ligação afetiva muito forte - uma profunda gratidão por tudo o que me foi ensinado aí e por tudo o que foi feito pela percussão", continuou.

"Se hoje o Auditório, a Academia e a Escola Profissional de Música partilham o mesmo edifício, pareceu-me que faria sentido propor esta retro/prospetiva neste enquadramento tão familiar", conclui.

@Lusa