Os músicos entram em palco, a plateia explode com aplausos e gritos, que chegam ao seu auge quando Pablo Alborán surge, de sorriso rasgado. O seu mega êxito por terras lusas, Perdoname, interpretado a solo, inaugura o alinhamento do espetáculo, com uma multidão em delírio a cantar com ele cada palavra.

Seguem-se Desencuentro, Miedo, Vuelve Conmigo e Volver a empezar, com o público de pé, a apreciar os ritmos latinos com a atenção no máximo. Chega, então, o momento em que Pablo Alborán se instala atrás do piano para cantar Solamente Tu. No refrão, a voz do espanhol é coberta pela da plateia.

Sozinho em palco, Pablo Alborán encanta com a sua voz quente. Os agradecimentos aos fãs sucedem-se. Após interpretar Cuando te Alejas, explica a sua grande paixão por Portugal, garantindo que o nosso país é, para ele, uma segunda casa. Um grande amor pela nosssa cultura é referido a par e passo e eternizado em Saudades do Brasil em Portugal, uma homenagem incrível ao povo português, levada a cabo com bastante sucesso perante um Coliseu rendido.

Deixando a língua espanhola de parte para mais uma música, La Vie En Rose, de Edith Piaf, é dedicada à sua família. O público acompanha-o numa versão ritmada da tão famosa música.

O concerto continua a bom ritmo. Poucas são as pessoas que permanecem sentadas. Todos querem aproveitar o momento, concentrando-se à frente do palco, especialmente quando, depois de cantar Te He echado de menos, Pablo começa a tocar Caramelo – música que o próprio define como "sensual". No te Olvidare e Me cole por la puerta de atrás continuam o concerto, que aparentemente chega ao fim com Loco de atar.

Mas o público quer mais, os aplausos enchem o Coliseu e não é preciso esperar muito pelo encore, regado com El Beso e com o single que dá nome ao seu novo álbum, “Tanto”. Pablo deixa a guitarra para trás e entrega-se completamente à plateia, com uma presença em palco de arrepiar. Chega então o grande momento da noite: Carminho aparece em palco. Mais uma vez, Perdoname enche o Coliseu. Há química, cumplicidade entre os dois, com o dueto a firmar, sem dúvida, o momento mais marcante da noite.

Carminho canta, então, um fado acapela, e, pela primeira vez nesta noite, a plateia fica completamente silenciosa. Respeito e emoção enchem a sala. A fadista sai do palco ao som dos aplausos de todo um Coliseu.

Pablo Alborán termina, então, o concerto com Extasis.O cantorconquistou o público português há já algum tempo e confirmou esse facto com este peculiar concerto, repleto de charme. Pablo Alborán, um espanhol adotado por Portugal.

Texto: Isabel Fernandes

Fotografias: Anais F. Afonso