Coube aos norte-americanos Local Natives a abertura do evento. O ambiente ainda estava tímido mas, aos poucos, o som indie do grupo de Los Angeles foi contagiando quem passava no Palco Super Bock. Uns já os conheciam; para outros foi uma boa surpresa, que atingiu o auge quando os Local Native puseram todos a cantar o refrão "I want you back".
Entretanto, o Palco Optimus também estava a ser inaugurado, nesta edição de 2010: coube a Biffy Clyro as honras da casa - um concerto que ainda não contava com muitos espectadores mas que, em qualidade, superou as expectativas.
No Palco Super Bock a animação não parava de crescer e eram cada vez mais as pessoas que se juntavam lá. Depois da energia e dos grandes êxitos trazidos na bagagem dos The Drums, foi a vez de Devendra Banhart subir ao palco. Debaixo de um sol de Verão, já característico do fim da tarde, o músico norte-americano cantou e dançou ritmos bem escolhidos para a ocasião. Sons leves, algumas influências reggae, roupas coloridas e ar descontraído. Numa tenda que já não tinha tamanho suficiente para receber todos os que se juntavam à festa, Devendra desceu até ao público para cumprimentar os que ali estavam.
No Palco Optimus, actuaram também, no final da tarde, os primeiros portugueses do Festival: os Moonspell. Tocaram, perante uma plateia considerável, alguns dos grandes êxitos desta banda com grande destaque internacional, como Opium. Contaram ainda com a participação especial da ex-vocalista dos Gathering, Anneke Van Giersbergen.
No Palco Super Bock a noite começou com a tão esperada actuação de Florence+The Machine que, para muitos, era a grande actuação deste primeiro dia de Alive. E as expectativas não foram defraudadas. Foi, de facto, um grande concerto, onde houve uma enchente de espectadores. A energia em palco parecia inesgotável, tendo sido transmitida aos fãs. Como uma maestrina, a artista pegou numa baqueta e usou-a como batuta, dirigindo o entusiasmo da plateia, que foi levada ao rubro com You've got the Love, cantada por todos em uníssono.
No fim, um dos espectadores ofereceu uma coroa de flores à artista que, em troca, entregou a baqueta como recordação. Em simultâneo, no palco Optimus, Alice in Chains, foram o primeiro grupo a encher a plateia do palco principal. Apesar dos avisos da organização a alertar para os perigos do moshing, foi para os espectadores impossível evitar os saltos e o entusiasmo.
Outra das grandes expectativas da noite residia no concertos dos Thexx que, embora tenha agradado aos fãs que conseguiram aproximar-se do palco, se mostrou desadequado ao ambiente «festivaleiro» que se vivia no recinto. As músicas calmas que caracterizam o grupo contrastaram com as bandas que tocaram antes e depois. Para uns, principalmente para aqueles que nem se conseguiram aproximar da tenda devido ao mar de gente que se juntou para o concerto, foi uma desilusão.
Seguiu-se La Roux que foi dos concertos que mais pessoas juntou. A música energética e «dançável» fez com que a animação da tenda tenha extravasado fronteiras físicas, ao som de músicas como Bullet Proof. Ficou também marcado pela passagem, ao largo do palco, dos Homens da Luta. Actuaram ainda no Palco Super Bock Calvin Harrus e Burns.
À medida que a noite ia passando, o palco Optimus ia enchendo cada vez mais. Kasabian fez as delícias dos espectadores, num grande concerto ao qual se seguiu o que a maioria esperava: Faith no More. Independentemente de se gostar ou não do estilo, a banda de Mike Patton fez um grande espectáculo.
O concerto começou ao som de uma melódica, numa música apenas instrumental, para logo dar lugar a sons mais metal. Por detrás da banda, uma enorme cortina vermelha que condizia com a imagem, por vezes, diabólica do vocalista. Lá pelo meio, iam alternando o alinhamento com músicas mais comerciais e tranquilas como o clássico Easy.
Em apoteose, Patton entregou-se ao público, tendo sido levado de mãos em mãos e quase perdendo um sapato, tirado por um dos elementos da plateia.A reacção do artista não foi muito boa, mas logo tudo se resolveu. A mise en scène em palco era grande, contribuindo para um espectáculo em cheio. Desde palavras e insultos proferidos em português até uma música dedicada a Cristiano Ronaldo, a quem Mike Patton chamou de "palhaço", ou à mistura de cânticos de apoio ao futebol com o Vangelis, houve um pouco de tudo.
A noite continuou até tarde, para quem ainda não estava cansado, no Palco OptimusClubbing, que, para os amantes da música electrónica, tem DJ's durante todo o festival.
Confere aqui as fotos do primeiro dia do Optimus Alive! 2010:
Fotos: Ricardo Costa e Rúben Viegas
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