Organizado pelo Orfeão de Leiria, o festival é o mais antigo em continuidade em Portugal e tem à frente um novo diretor artístico. António Vassalo Lourenço é maestro e diretor da Orquestra Filarmonia das Beiras e assume agora a programação festival de Leiria.

"Pode haver alguma renovação dentro da tradição, mas não há ruturas. Mantendo o cariz de festival de música clássica, ou erudita, e não desperdiçando tudo o que o festival já conquistou, vamos tentar abrir um pouco mais a outros públicos", afirma António Vassalo Lourenço à agência Lusa.

O maestro reconhece ser difícil para algum público ter iniciativa para ouvir este tipo de música: "Mas, depois, de as pessoas lá estarem, gostam sempre", acrescenta. “A solução é sair um bocadinho da nossa formatação e, em vez de nos distanciarmos, aproximarmo-nos das pessoas".

Para isso, o Festival Música em Leiria aposta em cruzamentos: em palco vão juntar-se músicos profissionais e amadores, o clássico liga-se ao jazz, o erudito a formas mais populares de música. Os concertos chegam a vários concelhos do distrito de Leiria e o programa contempla até um espetáculo no futuro Museu de Leiria, por inaugurar.

"Isto não pode ser feito a qualquer preço, sob pena de descaracterizarmos o festival. Mas temos de assegurar que o festival tenha público, senão mais cedo ou mais tarde isso é um problema que vai colocar em causa a própria existência do festival", frisa o diretor artístico.

O festival começa na sexta-feira, no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS), em Leiria, com concerto de Mário Laginha e Maria João, acompanhados pela Orquestra Filarmonia das Beiras e o Coro do Orfeão de Leiria.

No domingo, o Cineteatro da Praça da Notabilidade, em Castanheira de Pera, recebe o espetáculo infantil de música e dança "Como é que eu vim aqui parar?", interpretado por alunos e professores das escolas de música e dança do Orfeão de Leiria.

A 3 de junho, atuam no Teatro Miguel Franco, em Leiria, o ensemble de violoncelo Cellostatus e a cantora Beatriz Nunes.

O bailado "Casa do Rio", de Benvindo da Fonseca, sobe ao palco do TJLS, interpretado pela Companhia de Dança de Almada, no dia 5 de junho.

O Quarteto de Cordas de Matosinhos e o clarinetista Horácio Ferreira tocam a 10 de junho na Igreja de São Francisco, em Leiria.

Os Claustros do Convento de Santo Agostinho, futuro Museu de Leiria, estão reservados para a atuação da Orquestra de Jazz da Universidade de Aveiro, no dia 12 de junho.

A 13 de junho, a Igreja do Mosteiro da Batalha recebe a Gala Lírica, com o tenor Carlos Guilherme, a soprano Isabel Alcobia e a Orquestra Filarmonia das Beiras.

Ainda no Mosteiro da Batalha, as Capelas Imperfeitas são palco do concerto da Camerata de Sopros Silva Dionísio, a 16 de junho.

A terminar o Festival Música em Leiria, dia 18 de junho, Pedro Burmester dá um recital de piano solo no TJLS.

@Lusa