
Depois de esgotar várias salas de espetáculo em todo o mundo, Tom Cridland, artista de ascendência portuguesa, regressa a Portugal com "Sir Eltom John". O espetáculo está marcado para este sábado, dia 28 de junho, no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa.
Com uma carreira que inclui mais de 120 concertos na digressão mundial "Tom's Elton Tribute World Tour 24/25", o artista já subiu ao palco de algumas das mais importantes salas, como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Troubadour, em Los Angeles, e o Vivo Rio, no Brasil.
"Sir Eltom John" é apresentado como "uma verdadeira imersão no universo de Elton John". "Com interpretações vocais e instrumentais fiéis ao original, Cridland incorpora o espírito do artista britânico também na presença em palco, com figurinos desenhados à medida e um cuidado estético que evoca o icónico estilo visual de Elton. A dedicação ao pormenor – tanto na música como na encenação – transforma cada atuação numa homenagem autêntica e arrebatadora", destaca o comunicado.

Os bilhetes para o concerto no Teatro Tivoli BBVA estão disponíveis, com preços entre 15 e 28 euros. As portas abrem às 20h00, e o espetáculo tem início às 21h00.
Antes de subir ao palco da sala da Avenida da Liberdade, Tom Cridland, filho de mãe portuguesa e que passou grande parte da infância no Estoril, esteve à conversa com o SAPO Mag.
SAPO MAg: Como descreveria o espetáculo “Sir Eltom John” a alguém que nunca o viu, e como foi o processo criativo para o criar?
Tom Cridland: São duas horas dos maiores êxitos de Elton John, tocados 100% ao vivo, com uma atenção extraordinária ao detalhe. Na minha opinião, é o mais próximo que se pode estar de ouvir o próprio Elton John a tocar e cantar com a sua banda. O que torna tudo tão autêntico é o facto de nunca ter sido minha intenção fazer isto! Era apenas um fã de música, não um músico. Fiquei sóbrio, aprendi piano aos 30 anos, em 2021, durante o confinamento da COVID-19, apenas para evitar a tentação de voltar a beber. Apaixonei-me por tocar, e o passo seguinte foi criar uma banda de tributo a Elton John. Quando chegou 2023, já estávamos a tocar para 1500 pessoas nos EUA!
Isto é mesmo um sonho tornado realidade para mim. Sou amigo próximo do Nigel Olsson, o baterista do Elton, por isso já tinha assistido a mais de 50 concertos dele. Nunca pensei que acabaria por ser o meu trabalho recriar esses espetáculos, mas espero poder continuar a fazê-lo durante muito tempo.
Que tipo de viagem emocional procura proporcionar ao público durante o espetáculo?
É um cliché, mas a música do Elton é a banda sonora da vida de quase toda a gente. Não sei exatamente que tipo de nostalgia cada canção despertará em cada pessoa do público, mas cantamos e tocamos todas com o máximo de paixão possível. Podemos estar a levar algumas pessoas até 1973 quando tocamos músicas do "Goodbye Yellow Brick Road". Para pessoas como eu, que eram bebés nos anos 90, talvez as levemos de volta à infância quando tocamos temas do "Rei Leão".
O que te atraiu na música e carreira de Elton John?
Como disse, sou amigo próximo do baterista de longa data do Elton John, o Nigel Olsson. O Nigel toca com o Elton desde 1969. É uma lenda por direito próprio e teve uma carreira a solo de sucesso nos anos 70 com êxitos como "Dancin' Shoes" e "A Little Bit of Soap". Na verdade, o Elton até deixava o Nigel tocar e cantar músicas suas a meio dos concertos, como aconteceu no famoso espetáculo em Central Park perante 500 mil pessoas.
Outra coisa que sempre me atraiu na música do Elton é o facto de ele tocar sempre 100% ao vivo. Chegou a dizer, numa entrega de prémios: "Acho que toda a gente que faz playback em palco, quando o público paga tipo 75 libras para os ver, devia ser fuzilada". Sem comentários!
Já tiveste oportunidade de conhecer o próprio Elton John ou receber feedback da sua equipa?
Já trabalhei com toda a banda dele no meu outro trabalho como produtor musical. Coescrevi e produzi o álbum dos Stylistics "Falling In Love With My Girl", incluindo o single com a Shania Twain, "Yes, I Will". A banda do Elton — Nigel, Davey Johnstone, Kim Bullard, Matt Bissonette e John Mahon — tocou nesse disco. Conheço-os a todos de diferentes formas há vários anos e são todos pessoas fantásticas. O Nigel, claro, é o amigo mais próximo meu e da minha mulher dentro da banda.
Tive a oportunidade de conhecer e conversar com o Elton na festa dos Óscares dele, em Los Angeles, em 2023. Agradeci-lhe por ter inspirado a minha sobriedade. Espero também vê-lo novamente e, quem sabe, entrevistá-lo para o meu podcast "Greatest Music of All Time" ainda este ano.
Qual é o maior desafio de interpretar, noite após noite, um artista com uma carreira tão rica?
Fazer isto salvou-me completamente da dependência do álcool. Nunca o tomo como garantido. Nunca é um sacrifício ou um desafio — é sempre um enorme prazer. Só espero que o público em Lisboa desfrute tanto da música como sei que a minha banda e eu vamos desfrutar.
O que torna o “Sir Eltom John” diferente de outros espetáculos de tributo a Elton John no mundo?
Nunca me comparei a outras bandas de tributo. Há espaço para todos, e força a todos eles!
Há alguma era ou álbum de Elton John que gostes especialmente de interpretar em palco?
A maioria das músicas que tocamos são dos anos 70. A era dourada do Elton foi, indiscutivelmente, entre 1970 e 1975. Dito isto, também tocamos músicas de todas as fases da carreira dele, como "I'm Still Standing", dos anos 80, e "Can You Feel The Love Tonight?" e "Circle of Life", dos anos 90. Também se pode dizer que o final dos anos 70 foi muito sólido, e incluímos temas como "Sorry Seems To Be The Hardest Word" e "Don't Go Breaking My Heart".
No entanto, o grosso do alinhamento é composto por canções como "Your Song", "Tiny Dancer", "Crocodile Rock", "Candle In The Wind", "Bennie and the Jets", "Don't Let The Sun Go Down on Me", "Rocket Man", entre outros clássicos esperados dos anos 70.
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