Before the Rain abriram as hostilidades, apresentando um som bastante robusto e inteligente. Temas como One Day Less ou A Glimpse Towards The Sun foram, sem dúvida, pontos altos da actuação, e um excelente cartão de visita para aqueles que desconheciam a banda. Tecnicamente, poucas falhas, e em termos de espectáculo conseguiram transmitir o ambiente melancólico e soturno, estendendo a passadeira vermelha para os senhores que se seguiam.

Após um intervalo (demasiado) longo - aparentemente, surgiram alguns pequenos contratempos técnicos aquando da montagem de palco - chegam Jonas Renkse e seus pares. Muitos olhos postos em Per "Sodomizer" Eriksson e Niklas "Nille" Sandin, dois novíssimos membros da banda, que vieram substituir Fredrik Norrman e o seu irmão, Mattias Norrman (guitarra e baixo, respectivamente). As espectativas eram altas: substituir os irmãos, músicos da banda há mais de uma década, não se apresentava tarefa simples, e o exigente público luso tinha consciência disso.

Todas as dúvidas foram dissipadas rapidamente: ao longo de épicos temas como My Twin, Criminals ou July, não ficaram dúvidas sobre a excelente forma e coesão do grupo, e um Hard Club cheio de fãs de negro soube corresponder em força, formando uma autêntica massa humana de "headbanging" durante grande parte do tempo.

Foram constantes os agradecimentos de Jonas aos portugueses, e ficou a prova de que, quase vinte anos depois, Katatonia continua a ser sinónimo e símbolo de melancolia, desespero e desilusão - retratados da forma mais crua e fiel.

Confere o alinhamento do concerto dos Katatonia:

Day and Then the Shade
Liberation
My Twin
Onward Into Battle
The Longest Year
Soil's Song
Omerta
Teargas
Saw You Drown
Idle Blood
Ghost of the Sun
Evidence
Criminals
July

Encore:

For My Demons
Forsaker
Leaders

Texto e Fotografia: Sérgio Castro