"Foi muito bonito. Uma pessoa nunca sabe o que esperar nem o que é o que vai acontecer com um disco. E o disco 'Portuguesa' era continuar a ideia de praticar o fado e de fazer estas experiências que eu gosto de fazer em estúdio com os músicos", começa por sublinhar Carminho em conversa com o SAPO Mag.

Desde o lançamento do álbum, a artista foi nomeada para os Grammys Latinos, participou no filme "Pobres Criaturas" e cantou para o Papa Francisco, por exemplo. "Foram surgindo coisas realmente maravilhosas que eu fui conseguindo agarrar. O filme 'Pobres Criaturas', na verdade, gravei em 2021 - e apareceu nessa altura, mas já estava bem preparado e tudo mais. Mas outras coisas surpreenderam-me: a nomeação para o Grammy, a ida às Jornada da Juventude com o Papa foi também outro momento para mim muito alto desse ano", confessa.

"E sobretudo os concertos, fazer concertos, fazer muitos concertos... Foi um ano muito preenchido", remata.

Na passada sexta-feira, dia 11 de outubro, Carminho editou o seu primeiro EP, "Electrical Audio", gravado pelo produtor norte-americano Steve Albini (1962-2024) no seu estúdio em Chicago, que inclui três temas inéditos e uma versão de “Os Argonautas” de e com o brasileiro Caetano Veloso.

Carminho “nasceu no meio das guitarras e das vozes do fado, filha da conceituada fadista Teresa Siqueira, estreou-se a cantar em público aos 12 anos, no Coliseu”, lê-se no ‘site’ oficial da artista.

Editou o primeiro álbum em 2009, intitulado “Fado”, ao qual se seguiram “Alma” (2012), "Canto" (2014), “Carminho canta Tom Jobim” (2016) e “Maria” (2018).

Em março do ano passado chegou “Portuguesa”, álbum composto por 14 temas, entre os quais “O quarto”, entretanto incluído na banda sonora do filme “Pobres Criaturas”, de Yorgos Lanthimos, que esteve nomeada aos Óscares deste ano.

A fadista aparece no filme, que se estreou em setembro do ano passado no Festival Internacional de Cinema de Veneza, em Itália, a interpretar à guitarra portuguesa “O quarto”, numa cena com a atriz Emma Stone, num cenário de uma Lisboa imaginária, de tempo indefinido, mas onde não faltam azulejos, ruelas antigas e muitos pastéis de nata.