Fonte da Sons em Trânsito, que agencia o grupo, disse hoje à Lusa que a canção está a ser masterizada, vai ser enviada paras as rádios e disponibilizada para o público na próxima semana.
O grupo está ainda a estudar o molde em que disponibilizará a canção, no Myspace, no site ou para descarregamento gratuito.
A canção "Parva que sou" foi apresentada pela primeira vez a 22 de Janeiro no Coliseu do Porto e repetida nos três concertos seguintes marcados para aquela sala e para o Coliseu de Lisboa.
Depressa chegou à Internet, com vídeos e gravações amadoras feitas pelo público a serem divulgadas no Youtube e Facebook, nas quais se ouvem os espectadores a aplaudirem à medida que Ana Bacalhau vai revelando a letra.
"Parva que sou" foi rapidamente adoptado como um novo hino dos Deolinda, uma nova canção de intervenção, que se junta a "Movimento Perpétuo Associativo" (retirado do álbum "Canção ao lado").
O tema novo reflecte as preocupações de uma geração que não tem emprego fixo, vive em casa dos pais e adia ter filhos porque não tem dinheiro.
"Sou da geração sem remuneração/e não me incomoda esta condição/Que parva que eu sou!/Porque isto está mal e vai continuar/já é uma sorte eu poder estagiar", canta Ana Bacalhau, vocalista do grupo português.
E o refrão foi repetido e replicado nas redes sociais:"Que mundo tão parvo/onde para ser escravo é preciso estudar".
"Durante os ensaios e até em apresentações feitas a amigos nunca imaginámos a dimensão que a sua letra poderia tomar. Foi com grande surpresa e emoção que assistimos a uma reacção tão intensa e espontânea por parte das pessoas que estavam a ouvir uma música inédita", afirmaram hoje os quatro músicos dos Deolinda em comunicado.
"Não podemos deixar de demonstrar o nosso agrado em perceber que uma canção está a suscitar debate e diálogo em volta de um assunto actual e que julgamos da maior pertinência", sublinharam.
Os Deolinda editaram em 2008 o primeiro álbum, "Canção ao lado", e são já um dos projectos mais sólidos no panorama nacional e com sucesso fora do país, com traços do fado e da música tradicional portuguesa e com letras actuais e pertinentes, com as quais uma nova geração se pode identificar.
O grupo está em viagem, com uma actuação marcada para sexta-feira em França.
@SAPO/Lusa
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