O concerto dos Dead Combo integra o ciclo «Silent Pictures Go Loud», que começa no próximo sábado e termina no dia 5 de Março, com cinco actuações de artistas de todo o mundo em torno do cinema mudo antigo e recente.

Além dos Dead Combo foram convidados, por exemplo, o grupo congolês Konono nº 1, que tocará na exibição de «Tabu» (1931), de F. W. Murnau, e os espanhóis Argento Tango Fusion, que darão música para «The Aerial», filme argentino de 2007 realizado por Esteban Sapir.

Esta não é a primeira vez que os Dead Combo compõem música original para «O Homem da Câmara de Filmar». Já em 2006 Pedro Gonçalves (contrabaixo) e Tó Trips (guitarra) tinham composto e tocado ao vivo para este filme mudo no Festival International des Musiques d’Écran, no sul de França.

Para Tallinn, Pedro Gonçalves explicou à agência Lusa que a música será totalmente diferente, apoiada num lado mais de improvisação, acompanhando aquilo que a imagem vai transmitindo. O convite para musicar novamente o filme surgiu da organização estónia depois de os Dead Combo terem actuado no país há três anos, referiu o músico.

«O Homem da Câmara de Filmar», documentário de 1929 feito por Dziga Vertov, um retrato sobre o dia a dia em várias cidades na antiga União Soviética, é um filme «apetecível» para ser musicado.

Em 2000, por exemplo, a Porto-Capital Europeia a Cultura convidou a Cinematic Orchestra a fazer o que os Dead Combo fazem agora em Tallinn e em 2002 Michael Nyman compôs a banda sonora para uma edição do filme em DVD. Na altura a Cinematic Orchestra acabou por editar a música em álbum, mas os Dead Combo não pensaram nisso, referiu Pedro Gonçalves.

Além dos álbuns editados, todos eles instrumentais, os Dead Combo já compuseram para teatro e cinema, nomeadamente para a peça «Dois Homens», encenada por Carlos Pimenta, e para, por exemplo, os filmes de Edgar Pêra e para «Um pouco mais pequeno do que o Indiana», de Daniel Blaufuks.

Em 2010 participaram numa instalação com Bruno de Almeida, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, em torno de Amália Rodrigues