Os Noporn editaram a 2 de setembro o seu quarto álbum, "Contra Dança", disco que marca o regresso da dupla brasileira a Portugal.

Depois de terem atuado em palcos portugueses no ano passado, na apresentação do álbum anterior, "SIM", Liana Padilha e Lucas Freire têm concertos agendados para salas nacionais a partir desta quinta-feira. O duo atua esta noite no Musicbox, em Lisboa, a partir das 21h00, apresentando-se a 7 de outubro no GrETUA, em Aveiro, e dia 8 no Passos Manuel, no Porto, encerrando uma digressão europeia que passou por Berlim, Londres ou Paris.

A comemorar 20 anos de carreira, o projeto de poesia eletrónica dançável propõe em "Contra Dança" 12 novos temas "onde a noite é a personagem principal e o sexo é uma forma comum de trocas entre pessoas", assinala em comunicado enviado ao SAPO Mag.

O single duplo "Nome Sujo + Estranha e Louca", editado em agosto, foi o primeiro avanço do álbum.

"Quando pensamos em lançar o disco #4 do Noporn, vários assuntos pularam nas nossas cabeças. Pensei nas mulheres deste século, e no meu próprio papel de ser uma mulher há vinte anos criando música, abrindo espaço no charme, para festas em bares e minicasas noturnas do começo do século XXI até agora, para públicos, palcos maiores e nos grandes festivais. A força de criar junto com parceiros de diversas idades e gerações, de continuar me divertindo, criando mundos únicos e particulares de poesia e som", explica Liana Padilha.

"Meu encontro com o Lucas Freire (meu parceiro desde 2018), produtor com faro e sensibilidade de buscar essência e ritmo para as minhas frases. E o próprio público do Noporn, cada dia mais jovem, que eventualmente descobre e curte músicas antigas, como se tivessem sido feitas ontem. Enfim, as relações entre pessoas, trocas, territórios, sempre estiveram no meu universo pessoal", acrescenta.

Noporn

Lucas Freire diz que "Contra Dança" é "um álbum direto". "Compusemos ele em sessões intensas, procurando em nós algo elementar. Trouxemos novos instrumentos e parceiros de trabalho para mudar um pouco a perspetiva de criação. Buscamos o cru e o explosivo, mesmo vivendo sentimentos antagónicos", recorda.

"Nos últimos dois anos, vivemos uma experiência brutal de isolamento físico e ao mesmo tempo de superexposição nas redes. O que fizemos com isso? O que aprendemos sobre os outros e sobre nós? Abrimos a caixinha de perguntas e contamos tudo? Abrimos a câmera e mostramos o que estava entre quatro paredes? Ou fugimos da realidade com joguinhos, drogas, e pornografia? Nunca sentimos tanta coisa em comum com as outras pessoas e ao mesmo tempo, nunca estivemos tão sozinhos. Temos pressa. O mundo ficou maior, o mundo ficou menor, como ficou o seu mundo? Seu corpo, habitado por milhões de seres microscópicos, gira em um universo lotado de estrelas e planetas que ainda nem têm nome. Como está esse corpo agora?", questiona Liana Padilha.

Os Noporn editaram o primeiro álbum homónimo em 2006, que incluía os singles "Xingu" e "Baile de Peruas". Após uma pausa, o grupo voltou ao ativo em 2016 com "Boca". O terceiro álbum, "Sim", editado em 2021, foi produzido inteiramente na quarentena.

Noporn
créditos: Gleeson Paulino

O duo já integrou cartazes de festivais como Burning Man (EUA), Coquetel Molotov (Recife) ou MECA (Belo Horizonte). Também trabalhou para cinema, tendo produzido temas para longas-metragens como "Beira Mar" (2015) e "Tinta Bruta" (2018) de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon.

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