![Coliseu do Porto comemora 70 anos com homenagem a Helena Sá e Costa](/assets/img/blank.png)
Falecida a 8 de Janeiro de 2006, Helena Sá e Costa será recordada hoje com o descerramento de uma placa no átrio do Coliseu, cerimónia em que participará a sua irmã, a violoncelista Madalena Sá e Costa, com 94 anos. Segue-se, pelas 21:30, o concerto comemorativo da efeméride, interpretado pelo pianista Constantin Sandu e pela Orquestra ARTAVE (Orquestra Sinfónica da Escola Profissional Artística do Vale do Ave), sob a direção do maestro Luís Machado.
Sob a direção do maestro Pedro de Freitas Branco, Helena Sá e Costa foi a figura central do espetáculo que abriu o Coliseu do Porto, interpretando “A consagração da casa”, uma das últimas obras de Beethoven, e o Concerto n.º 1, para piano e orquestra, de Mendelssohn. “Helena Sá e Costa tocou na inauguração, tocou nos 50 anos do Coliseu, nos 60 estava lá mas já não conseguia tocar e nos 70, infelizmente, já não está connosco, por isso entendemos que era altura de prestar homenagem a uma grande senhora da cidade, a uma grande pianista e sobretudo uma grande pedagoga”, afirmou à Lusa José António Barros, presidente da Associação Amigos do Coliseu, entidade que gere a sala.
Apesar de admitir que a “cultura vive numa altura complicada, pois não é uma prioridade que tem de passar a ser”, José António Barros, afirma que “o Coliseu tem estado bem, porque não ganhando dinheiro, não tem qualquer passivo, equilibrando-se com as suas receitas próprias”.
A homenageada da noite, a portuense Helena Sá e Costa, é considerada por muitos como uma dos “grandes intérpretes” mundiais do século XX e uma professora notável.
O Jornal de Letras, no obituário que lhe dedicou após o seu falecimento a 8 de janeiro de 2006, afirmou que “a história contemporânea do piano, em Portugal, pode contar-se através de um nome, Helena Sá e Costa”.
E foi mais longe ainda: “O seu caminho contém as etapas dos grandes intérpretes mundiais e a construção de um legado, em sucessivas gerações. Estudou com Alfred Cortot e Edwin Fischer, acompanhou músicos como Pablo Casals e Arthur Grumieux, trabalhou com as maiores orquestras e regentes. A crítica internacional reconheceu-lhe ‘a compreensão perfeita’ de Bach, Mozart, Beethoven”.
O Coliseu do Porto foi inaugurado em plena II Guerra Mundial, por iniciativa da Companhia de Seguros Garantia, então proprietária do Salão-Jardim Passos Manuel. Aí nasceria, então, a grande sala de espetáculos do Norte, sob o risco do arquiteto modernista Cassiano Branco e de vários outros colegas de profissão, num processo algo conturbado mas que, mesmo assim, permitiu concluir a construção em 22 meses.
De então para cá, o Coliseu do Porto tornou-se obra arquitetónica e sala de espetáculos de referência, tendo passado pelo seu palco alguns dos maiores vultos mundiais da música, teatro, bailado e circo.
@Lusa
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