A banda começou por mostrar os novos temas do disco recém-lançado, Luna Park, mas só à terceira música (o último single, Snow Girl) as palmas se tornaram mais efusivas. O público, maioritariamente próximo ou mesmo na casa dos 30 anos, parecia estar ali, acima de tudo, para apoiar a banda que admiram há anos. E as respostas efusivas às músicas mais antigas reflectiu esse sentimento.

You Owe Us Blood, de 2003, ou Skull, de 1997, foram alguns desses momentos de maior comunhão entre o público e a banda, recordando um tempo não muito distante, quando os Blind Zero garantiam maior reconhecimento entre os portugueses.

Mas a noite era de apresentação do novo disco e as novas músicas tinham de continuar a marcar presença. How the Wind Blows, Back to the Fire ou Loose Ends foram mais algumas faces deste novo disco, tendo esta última recordado a muitos a vertente mais serena e intensa dos Blind Zero. Para aqueles que o pudessem ter esquecido.

No final do concerto, Miguel Guedes referiu que mais do que uma estreia universal (numa referência à antiga editora), esta era uma estreia independente. Os Blind Zero estão numa nova fase e, depois de uma pausa de 5 anos sem editar um novo disco, a banda precisa de conquistar novos fãs e reconquistar aqueles que possa ter perdido com o hiato. Concertos como o de ontem no Music Box podem ser uma boa arma nesse novo desafio.

Texto: Frederico Batista

Fotos: Vera Moutinho