Apontam os Massive Attack, Zero 7 ou Muse entre as influências, embora na hora de gravar o álbum tenham decidido homenagear artistas nacionais. Canções dos Sétima Legião, Ornatos Violeta ou GNR surgem assim com novas leituras no alinhamento de "Cai o Carmo e a Trindade", disco que inclui também alguns temas compostos pelos Amor Electro.

Se o álbum não conta com mais originais, foi só mesmo por "falta de tempo", explica Tiago Pais Dias, produtor e multi-instrumentista cujo currículo inclui colaborações com The Gift/Amália Hoje, Cindy Kat ou Ghost in the Machine.

Marisa Liz garante que um provável segundo álbum terá mais originais do que versões, até porque a banda já está a preparar canções novas. "Não conseguimos ficar parados, isso é impossível. Nós respiramos música, vivemos isto, portanto é normal que tenhamos vontade de continuar a construir. Esperamos estar já a mostrar um novo tema num dos próximos espectáculos", revela a ex-vocalista dos Donna Maria.
"A composição é livre e durante 365 dias. É uma coisa inevitável, não dá para controlar", reforça Tiago.

Os Amor Electro integram ainda Ricardo Vasconcelos, mais ligado ao jazz, e Rui Rechena, baixista dos Homens da Luta e da Quadrilha. Para o resultado final de "Cai o Carmo e a Trindade" contribuíram também músicos como Celina da Piedade, no acordeão, ou Ricardo Parreira, na guitarra portuguesa, e a lista de convidados continua na composição, uma vez que Jorge Cruz (dos Diabo na Cruz) e Yami assinam algumas das novas canções.

Por mais prazer que o disco que lhes tenha dado, os elementos da banda admitem que é nos concertos que se sentem melhor. "Não somos músicos de estúdio, somos músicos de palco", diz Tiago. "Essa é a razão de estarmos aqui", complementa Marisa. "Nos concertos há uma soma instrumentos, de bombos, de caixas, de vozes - todos nós cantamos ao vivo. Em palco o som torna-se sempre um pouco mais pesado", conta a vocalista. Nos próximos tempos, as canções de "Cai o Carmo e a Trindade" - e eventualmente alguns inéditos - podem ouvir-se na FNAC Almada, a 14 de Maio, e no Hard Rock Café, em Lisboa, a 16.

@Gonçalo Sá