Em palco, o autor de “Welcome To My Nightmare”, que promete uma “actuação de puro entretenimento sem igual, ou rival, no universo rock’n’roll”, vai celebrar todas as diferentes fases da sua carreira, que já ultrapassa cinco décadas, não esquecendo êxitos como School’s Out, No More Mr. Nice Guy, I’m Eighteen, Poison, Only Women Bleed, Under My Wheels, Elected, Billion Dollar Babies ou Feed My Frankenstein.
Uma “produção extravagante e chocante em termos visuais” vai complementar a actuação, a segunda do músico em solo nacional. Segundo comunicado, Alice Cooper será “morto quatro vezes ao longo do espectáculo, ressuscitando sempre, uma e outra vez, como se de uma Fénix se tratasse”, após “decapitações, enforcamentos e empalamentos".
O concerto tem início às 21h30, sendo que as portas abrem uma hora e meia antes. Já à venda, os bilhetes para o espectáculo custam entre €27 e €30.
Sobre Alice Cooper
Sem Alice Cooper provavelmente nunca teriam existido os New York Dolls, os KISS, o Marilyn Manson, os Nine Inch Nails, os Mötley Crüe, o Rob Zombie ou até os Slipknot... Nem sequer o David Bowie ou, pelo menos, o seu Ziggy Stardust. O icónico rocker norte-americano anulou as fronteiras entre a peça teatral, o circo e um concerto de rock e, ao longo de 50 anos, gravou 25 álbuns de estúdio e, durante as décadas de 70 e 80, transformou-se numa fonte inesgotável de inspiração. O seu nome está inscrito no #20 da lista dos 100 Maiores Artistas de Hard Rock para o canal televisivo VH1 e é descrito, no The Rolling Stone Album Guide, como “o adorado entertainer do heavy metal, que ajudou a moldar a sonoridade e todo o visual do estilo”. É creditado como sendo um dos primeiros artistas a adaptar o imaginário do horror ao rock'n'roll, transformando para sempre uma tendência que ainda hoje continua a dar cartas. A partir das suas raízes na cena garage de Detroit, Cooper foi expandindo a sua personalidade criativa e, ao longo da sua só por si já longa carreira, explorou uma série de sonoridades diferentes – do rock conceptual e artsy ao hard rock/glam, passando pelo heavy metal, pela new wave, pela pop/rock e até pelo rock industrial mais duro. Será para sempre lembrado pelas suas performances teatrais e chocantes, com cenários dignos de um filme de terror, muito sangue, aparelhos de tortura, mortes simuladas e maquilhagem com fartura, mas a música de Cooper é tão ou mais impressionante que o seu visual.
A carreira de Alice Cooper – como banda de adolescentes do Arizona em meados da década de 60 e antes de adoptar a cara, o corpo e a mente do seu vocalista – começou com o lançamento, em 1969, de «Pretties For You» através da editora de Frank Zappa. A escalada foi feita a pulso, apoiada na decisão de adoptarem as encenações de palco criadas por Vincent Damon Furnier – filho de um pastor católico. A sequência formada por «Easy Action» (1970), «Love It To Death» (1971), «Killer» (1971) e o polémico «School's Out» (1972) solidificou-lhes uma base de fãs e, no ano seguinte, «Billion Dollar Babies» viu-os atingir o sucesso em mais larga escala. No entanto, foi só depois da cisão com os restantes músicos, entre a edição de «Muscle Of Love» (1973) e antes da gravação do conceptual «Welcome To My Nightmare» (1974), que Furnier decidiu o usar o nome da banda para o alter-ego que criou na construção de uma muito bem sucedida carreira a solo. O tiro de partida foi dado com um álbum conceptual sobre pesadelos, mais experimental e mostrando de forma ainda mais óbvia a faceta experimental e excessiva do cantor. Dois anos e dois discos depois – «Alice Cooper Goes To Hell» e «Lace And Whiskey» – Alice é internado num hospital psiquiátrico muito por culpa do seu uso abusivo de álcool. A nova sobriedade não lhe afectou a criatividade e, recuperado, o músico voltou à carga. «From The Inside» (1978) inspirou-se no internamento, mas o músico volta a ceder ao apelo da bebida. «Flush the Fashion» (1980), «Special Forces» (1981), «Zipper Catches Skin» (1982) e «DaDa» (1983) – todos numa vertente mais experimental e, em alguns casos, surreal – é a menos consensual da sua carreira.
O músico entra numa clínica de reabilitação ainda antes do lançamento de «DaDa» e só reaparece três anos depois, em 1986. «Constrictor» marca o regresso ao bom hard rock e um segundo apogeu de sucesso, mantido por «Raise Your Fist And Yell» (1987) e pelos clássicos «Trash» (1989) e «Hey Stoopid» (1991) – que musicalmente resumem tudo aquilo que Cooper é e contam com convidados ilustres como Ozzy Osbourne, Slash, Steven Tyler, Jon Bon Jovi, Joe Satriani, Steve Vai e Nikki Sixx. «The Last Temptation» (1994), «Brutal Planet» (2000) e «Dragontown» (2001) são o há muito esperado regresso ao discos conceptuais, mas surpreendem pela sua abordagem ainda mais pesada, negra, brutal e industrial. Mais uma inflexão estilística e «The Eyes Of Alice Cooper» (2003), «Dirty Diamonds» (2005) e «Along Came A Spider», editado há dois anos, caracterizam-se por um retorno às suas raízes garage. O décimo novo disco a solo ainda não tem data de edição agendada, mas já se sabe que vai ser uma continuação de «Welcome To My Nightmare», por isso não restam dúvidas de que Alice Cooper está, sem qualquer dúvida, de volta ao que melhor sabe fazer. Paralelamente à música, o multi-facetado artista de Phoenix, no Arizona, trabalha também como actor, é dono de um restaurante de sucesso, mantém um programa de rádio e uma saudável obsessão com o golf; actividades que lhe permitem manter-se sóbrio e equilibrado.
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