Curiosamente - ou talvez não - a plateia não é apenas composta por sexagenários, que vêm beber lembranças e reavivar memórias. Há uma manta multigeracional, dos 20 aos 90, cada um com as suas motivações (ou sem elas), prontos para apreciar a próxima hora e meia de concerto.
Bonnie Tyler entra em palco, ovacionada pelo público e a postos para desarmá-los ao primeiro acorde. O potentíssimo tema “Rain” inaugura o espetáculo e cunha o que estava por vir. Os êxitos da cantora galesa servidos de bandeja trazem tantas recordações, tão diferentes para um dos espectadores.
O interessante e divertido monólogo que a cantora mantém com o público, entre canções, é uma pérola de informação, entre a ociosidade dos factos, os dados relevantes e uma comédia fácil, onde não falta uma anedota. Fala sobre a sua paixão por Portugal, fala do confinamento pandémico vivido na sua casa no Algarve, não se cansa de agradecer a presença de todos, entre o “Thank you”, o “Obrigada” e o “muito Obrigada”. E vai desfiando memórias dos anos 70 e 80, das suas aventuras, da sua aguerrida vontade, do sonho que superou todas as realidades. Acreditamos, ali e naquele momento, que tudo é possível. Ver Bonnie Tyler dar o seu melhor, depois de tanto palco, de tanta vida, é uma ode à sua longa carreira.
Veja as fotos do concerto:
Seguimos com os temas “Hide your Heart”, “Lost in France” e “To love somebody”. Numa troca do alinhamento, como lhe lembra o guitarrista, quando apresenta o próximo tema, passamos para o “Straight from the Heart”, que dá nome, aliás, ao livro de memórias que a cantora lançou no ano passado.
“The best is yet to come” prepara o público para o próximo grande êxito de Bonnie, “Heartache”. O público canta a plenos pulmões, imbuído de uma nostalgia (quase) palpável. Estas viagens no tempo são impagáveis e trazem tanto ao presente, como se de um presente se tratasse.
Depois de “When the Lights Go Down” e “Flat on the Floor” chega outro apoteótico momento, com o muito especial tema “Total Eclipse of the Heart”. Não há como não entoar a música, incitados pela cantora, que aponta o microfone à plateia e ilumina-se com cada palavra cantada. Sim, o público sabe-a de cor.
O concerto segue com “Faster” e termina com uma homenagem a Tina Turner, no tema “Simply the best”, que calça como uma luva a potentíssima voz de Bonnie Tyler. A cantora volta, no encore, com um magnífico tema de Janis Joplin, “Turtle Blues”.
Para fechar, como não podia deixar de ser, um êxito que marca a sua carreira: “Holding out for a Hero”. Houve, de facto, um herói em cada um dos presentes.
"I need a hero
I'm holding out for a hero 'til the end of the night
He's gotta be strong, and he's gotta be fast
And he's gotta be fresh from the fight
I need a hero
I'm holding out for a hero 'til the morning light
He's gotta be sure, and it's gotta be soon
And he's gotta be larger than life
Larger than life"
Maior do que a própria vida, que noite heroica se viveu no Coliseu Porto Ageas!
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