Timothy Dalton nunca pensou que iria ver o dia em que a família Broccoli desistiria de ter o completo controlo criativo da saga James Bond.

Na quinta-feira, 20 de fevereiro, Hollywood foi surpreendida com o anúncio de um acordo que dará à Amazon MGM Studio um controlo criativo que era mantido com mão de ferro pelos produtores Barbara Broccoli e Michael Wilson como sucessores do seu pai Albert “Cubby” Broccoli, que trouxe com o produtor Harry Saltzman a personagem do autor Ian Fleming aos cinemas pela primeira vez com "007 - Agente Secreto" em 1962, protagonizado por Sean Connery.

É o fim de uma era: uma das últimas grandes propriedades intelectuais não controladas por uma grande corporação e os dois irmãos como a resistir a 'spin-offs', como prequelas justificativas, e licenciamentos que consideraram que poderiam manchar a saga.

Historicamente, Timothy Dalton acabou por ser um ator de transição antes da reforma de Albert “Cubby” Broccoli, e entre Roger Moore, que fez sete filmes entre 1973 e 1985, e Pierce Brosnan, o seu sucessor com "007 - GoldenEye" em 1995, o primeiro de quatro filmes até 2002: foi Bond em "007 - Risco Imediato" (1987) e "007 - Licença para Matar" (1989) e tanto a sua versão do agente secreto com licença para matar como os próprios filmes têm vindo a ser reapreciados de forma mais favorável pelos fãs com o passar dos anos.

“Fiquei muito, muito surpreendido e chocado”, disse o ator, agora com 78 anos, sobre o acordo numa entrevista à Radio Times (via Variety).

E acrescentou: “Acho que a Bárbara é uma mulher fabulosa e uma produtora maravilhosa, assim como o pai dela, Cubby Broccoli, com quem me dava muito bem e gostava muito. Ele foi um pilar muito forte para o projeto. Nada acontecia sem a sua aprovação e é triste que já não esteja mais connosco, é tudo o que posso dizer. Ele estava mesmo na liderança da saga e isso não é mais assim.”

“A Barbara é uma mulher fabulosa e uma produtora maravilhosa, tal como o seu pai, Cubby Broccoli. Ele era um pilar muito forte para o projeto. Nada acontecia sem a sua aprovação, e é triste que já não esteja connosco. Agora, já não há ninguém assim no comando.”

No acordo anunciado, todas as partes permanecerão coproprietárias da saga numa nova 'joint venture', mas a Amazon deixa de ser sócio passivo nas escolhas artísticas e poderá decidir quem será o sucessor de Daniel Craig e uma eventual expansão da saga ao streaming, como a Disney fez com "Star Wars" e a Marvel.

“É uma saga maravilhosa. Os filmes seguiram caminhos diferentes ao longo dos anos, mas há algo de muito bom sobre o original e espero que a Amazon se agarre a isso e nos dê o tipo de filme que trouxe tanta emoção e entretenimento para tantas pessoas”, disse Timothy Dalton.

“De qualquer forma, boa sorte para eles, é o que digo. Desejo-lhes tudo de melhor. Vão dar o seu melhor para ganhar muito dinheiro, portanto espero que façam bons filmes”, concluiu.