Se os cinemas portugueses não estivessem fechados por causa do estado de emergência, teria estreado esta quinta-feira (28) "As Pequenas Coisas", onde Denzel Washington interpreta um polícia detetive caído em desgraça que acredita que um assassino em série que já perseguiu no passado está a voltar a matar.

Para o ator de 66 anos, Joe "Deke" Deacon é o 13.º polícia da sua carreira e quase foram todos honestos, ainda que tenha ganho um Óscar com um corrupto, Alonzo Harris em "Dia de Treino" (2001).

Numa entrevista a promover o novo filme, não deixou dúvidas sobre a sua posição ao responder a uma observação sobre esta ser uma altura interessante para interpretar um agente da lei, dados os acontecimentos recentes (as várias mortes mediáticas durante operações policiais que inflamaram os protestos do Black Lives Matter) e o debate sobre o papel do policiamento nos EUA (leia-se: os apelos para desmantelar as polícias ou desviar financiamento para outras áreas, conhecido plelo slogan "defund the police").

Denzel Washington recordou o dia em que acompanhou a ronda de um sargento quando se estava a preparar para o segundo polícia da carreira, num "thriller" de 1991 chamado "Ricochete", e receberam uma chamada sobre um homem perturbado fora da sua casa com uma espingarda.

"Ele disse-me para ficar no carro, o que eu ia fazer. Não ia sair. Ele saiu. Quando estava a sair, apareceu outro carro com dois jovens a pular aos gritos. Como acabou por se ver, era o seu avô. Este polícia desarmou toda a situação permanecendo calmo.", recordou ao Yahoo Entertainment.

"Mas isso mostrou-me num instante como podem perder as suas vidas. Ele não exagerou. Podia ter sacado da sua arma e disparado contra as pessoas que estavam a conduzir realmente depressa. Poderia ter atirado no homem idoso, que estava perturbado e algo confuso, acho que sofria um pouco de demência. Mas num instante isso ensinou-me, e nunca mais esqueci, aquilo com o que os nossos agentes da lei têm de lidar momento a momento, segundo a segundo.", acrescentou.

Partilhando que está a realizar um filme sobre um soldado que "faz o derradeiro sacríficio" ("Journal for Jordan", com Michael B. Jordan), o ator reforçou o apoio.

"Tenho o maior respeito pelo que fazem, pelo que os nossos soldados fazem, [as pessoas] que sacrificam as suas vidas. Simplesmente não quero saber de quem rebaixa esse tipo de pessoas. Se não fossem elas, não teríamos a liberdade de nos queixarmos do que fazem", garantiu.

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