Quentin Tarantino viu muitos filmes desde muito novo onde não faltavam cenas de sexo ou nudez, mas essa influência não chegou ao seu cinema, que fica pela sensualidade e poder de sugestão.

Prestes a avançar com o seu décimo filme (e anunciada despedida do cinema), o realizador revelou que a intenção é deliberada.

"É verdade, o sexo não faz parte da minha visão de cinema", confirmou numa entrevista que deu ao jornal catalão Diari ARA durante a promoção do "Cinema Speculation", o seu livro de ensaios sobre a Sétima Arte.

"E a verdade é que, na vida real, é muito complicado filmar cenas de sexo, toda a gente está muita tensa", acrescentou.

"E se antes já era um pouco complicado de se fazer, agora ainda é mais", constatou, reconhecendo implicitamente o impacto das declarações públicas de desconforto com as cenas de intimidade de vários atores e atrizes na era do pós-#MeToo.

"Se alguma vez houvesse uma cena de sexo essencial para a história, tê-la-ia feito, mas até agora não foi necessário", notou.

O realizador desatou a rir quando o jornalista comentou que provavelmente a única cena de sexo sem violação (uma referência a "Pulp Fiction") que ele rodou foi a de Robert De Niro e Bridget Fonda em "Jackie Brown", "que é tão pouco romântica e erótica que é muito cómica".

"Sim, exatamente. É tipo, vamos lá, anda, vamos fazer e pronto", reconheceu.

Na longa entrevista, Tarantino voltou a afirmar que tenciona abandonar o cinema após "The Movie Critic", com produção prevista para arrancar no outono, e dedicar-se a outros interesses, como escrever mais livros de ensaio.

Mas não é pela vontade de deixar uma "filmografia perfeita".

"É que faço filmes há 30 anos e já estou pronto para desistir", resumiu.

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