"Star Wars" vai ficar sem mais um talento histórico e logo um dos maiores: John Williams prepara o adeus à saga.

Williams fez a banda sonora de todos os episódios oficiais: "A Guerra das Estrelas" (1977), "O Império Contra-Ataca" (1980), "O Regresso de Jedi" (1983), "A Ameaça Fantasma" (1999), "O Ataque dos Clones" (2002), "A Vingança dos Sith" (2005), "O Despertar da Força" (2015) e "Os Últimos Jedi" (2018).

Ganhou o Óscar pelo primeiro e só não foi nomeado pelos três filmes da trilogia de 1999 a 2005.

Em conversa com a rádio californiana KUSC, o lendário compositor indicou claramente que a sua despedida deve coincidir com o último filme da terceira trilogia oficial.

"Sabemos que [o realizador] J.J. Abrams está a preparar um agora que espero fazer no ano que vem para ele. Estou ansioso por isso. Concluirá uma série de nove [filmes], isso será mais do que suficiente para mim", explicou.

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A Disney, claro, tem planos para mais filmes, incluindo duas trilogias.

Michael Giacchino já foi o compositor do primeiro filme fora da linhagem oficial, "Rogue One: Uma História de Star Wars" (2016) e John Powell será o responsável por "Solo: Uma História de "Star Wars".

Com 86 anos, Williams não deu outros sinais de abrandamento: no ano passado, fez as bandas sonoras tanto de "O Último Jedi" como "The Post", tendo com o primeiro recebido a 51ª histórica nomeação para os Óscares.

Uma lenda...

O lendário compositor americano escreveu muitas peças de concerto, uma sinfonia e até o hino dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, além de ter sido durante muitos anos o maestro da Boston Pops Orchestra, mas o seu nome é principalmente associado à composição de bandas sonoras de alguns dos maiores filmes da história do cinema.

A sua gigantesca influência é reconhecida pelos seus pares atualmente em atividade, uma vez que, como recordou o American Film Institute ao anunciar a atribuição de um prémio pela carreira em 2015, "John Williams escreveu a banda sonora para as nossas vidas. Nota a nota, através de acordos e coros, o seu génio para casar música com filmes elevou a forma de arte para níveis sinfónicos e inspirou gerações de espectadores a serem enriquecidas pela magia dos filmes".

O seu nome é também indissociável da carreira de Steven Spielberg: apenas não trabalharam juntos em "A Cor Púrpura" (1985), que teve música de Quincy Jones, e "A Ponte dos Espiões" (2015), onde Thomas Newman assumiu o seu lugar por um ligeiro problema de saúde.

Nomeado 51 vezes para os Óscares, ficando apenas atrás de Walt Disney, recebeu ainda 22 Grammys, a distinção máxima na música americana.

No caso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, os prémios foram pelas bandas sonoras de "Um Violino no Telhado" (1971, adaptação), "Tubarão" (1975), "A Guerra das Estrelas"(1977), "E. T. - o Extra-Terrestre" (1982) e "A Lista de Schindler" (1993).

Além de todos os filmes oficiais de "Star Wars", "Indiana Jones" e os três primeiros de "Harry Potter" (2001-2004), na carreira estão outros importantes títulos dos últimos 50 anos do cinema mundial: "O Vale das Bonecas" (1967), "A Aventura do Poseidon" (1972), "A Torre do Inferno" (1974), "Asfalto Quente" (1974), "Intriga em Família" (1976), "Encontros Imediatos do 3º Grau" (1977), "Domingo Negro" (1977), "Super-Homem" (1978), "A Fúria" (1978), "Os Salteadores da Arca Perdida" (1981) e as sequelas, "O Turista Acidental" (1988), "Nascido a 4 de Julho" (1989), "Sozinho em Casa" (1990), "Presumível Inocente" (1990), "JFK" (1991), "Parque Jurássico" (1993), "Sete Anos no Tibete" (1997), "O Resgate do Soldado Ryan (1998), "A.I. Inteligência Artificial" (2001), "Relatório Minoritário" (2002), "Guerra dos Mundos" (2005), "Munique (2005) e "Lincoln" (2012).