O sindicato profissional dos atores americanos (SAG-AFTRA) defendeu Alec Badlwin, que vai ser acusado de homicídio involuntário pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins, atingida a tiro em 2021 na rodagem do filme “Rust”, decisão anunciada na quinta-feira pela procuradoria distrital do estado do Novo México.

Sem mencionar o nome do ator, o sindicato emitiu um comunicado contundente onde descreve a morte de Halyna Hutchins como uma "tragédia" e ainda mais porque podia ter sido evitada, mas salienta que a acusação é "errada e desinformada" pois o que aconteceu não é “uma falha no dever ou um ato criminoso por parte de qualquer artista”.

“A alegação da procuradoria de que um ator tem o dever de garantir a operação funcional e mecânica de uma arma de fogo num set de produção é errada e desinformada”, escreve o sindicato.

"O trabalho de um ator não é ser um especialista em armas de fogo. As armas de fogo são fornecidas para o seu uso sob a orientação de vários profissionais especializados diretamente responsáveis ​​pela operação segura e precisa dessa arma de fogo. Além disso, o empregador é sempre responsável por fornecer um ambiente de trabalho seguro em todos os momentos, incluindo a contratação e supervisão do trabalho dos profissionais treinados em armas", acrescenta.

A organização recorda que os padrões da indústria para a segurança com armas de fogo e uso de munição vazia estão "claramente definidos" e as "diretrizes não tornam responsabilidade do executor verificar qualquer arma de fogo".

"Os artistas treinam para atuar e não é exigido ou esperado que sejam especialistas em armas ou experientes no seu uso. A indústria atribui essa responsabilidade a profissionais qualificados que supervisionam o seu uso e manuseio em todos os aspetos. Qualquer pessoa que tenha uma arma de fogo no set deve receber treino e orientação sobre o seu manuseio e uso seguro, mas todas as atividades com armas de fogo no set devem estar sob a supervisão e controlo cuidadosos do armeiro profissional e do empregador", nota.

Halyna Hutchins créditos: Facebook

Além de Alec Badlwin, a procuradoria distrital do estado decidiu "após um exame minucioso das provas e das leis do Novo México" também acusar de homicídio involuntário a encarregada do protocolo de segurança das armas nas filmagens, Hanna Gutierrez Reed.

Já o assistente de realização David Halls, citado nos relatórios da polícia como a pessoa que entregou a arma a Alec Baldwin, chegou a acordo com a justiça, aceitando uma pena suspensa de seis meses pela acusação de uso negligente de arma.

As acusações serão formalmente deduzidas “até ao final do mês”, afirmou a procuradora Mary Carmack-Altwies.

Alec Baldwin e Hanna Gutierrez Reed enfrentam duas acusações de homicídio involuntário: a primeira acarreta uma pena até 18 meses de prisão e multa de cinco mil dólares; a segunda também é um crime punível com até 18 meses de prisão e multa até cinco mil dólares, mas exige que se faça prova que houve mais do que simples negligência envolvida numa morte e estando em causa uma arma de fogo, está sujeita a uma sentença obrigatória de cinco anos de prisão se forem considerados culpados.

Em 11 de outubro de 2021, nas filmagens de “Rust”, que decorriam num rancho no Novo México, foi feito um disparo que vitimou a diretora de fotografia Halyna Hutchins e causou ferimentos no realizador, Joel Souza.

Numa investigação paralela, as autoridades do estado do Novo México aplicaram uma multa de 140.000 dólares, em abril ao ano passado, aos produtores das filmagens de “Rust”, incluindo Alec Baldwin, por não garantirem o protocolo de segurança.

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