Dwayne Johnson e Emily Blunt: amigos, amigos, salários à parte.

As diferenças salariais entre atores e atrizes continuam na ordem do dia em Hollywood apesar dos discursos nas cerimónias dos Óscares de Patricia Arquette e Frances McDormand e outras manifestações de boas intenções.

Só que os contratos secretos são mais difíceis de esconder na era do ativismo "Time´s Up".

Apesar de ter uma reputação famosa por gostar de poupar nos salários, a Disney teve de abrir os cordões à bolsa para contar com Dwayne Johnson no filme de aventuras "Jungle Cruise", pagando-lhe mais do dobro do que à co-protagonista, Emily Blunt.

O TMZ descobriu que o ator levou para casa 22 milhões de dólares, enquanto a colega ficou com nove milhões, uma diferença salarial de 13 milhões.

Embora o salário de Emily Blunt seja muito significativo para uma atriz em Hollywood, a diferença salarial surpreende principalmente pela dimensão.

O contrato para o filme que já terminou a rodagem e chega aos cinemas no verão de 2020 foi fechado antes dos recentes sucessos de "Um Lugar Silencioso" e "O Regresso de Mary Poppins", mas no currículo já estavam filmes importantes como "O Diabo Veste Prada", "No Limite do Amanhã", "Caminhos da Floresta", "Sicário - Infiltrado", "O Caçador e a Rainha do Gelo" e "A Rapariga no Comboio".

Por outro lado, a revista Forbes revelou em agosto que Dwayne Johnson arrecadou 124 milhões nos 12 meses anteriores (o dobro do período anterior) e estava em quinto lugar na lista das 100 celebridades mais bem pagas do mundo.

O contrato foi assinado antes das desilusões comerciais de "Rampage - Fora de Controlo" e "Arranha-Céus".

O tema da diferença salarial em Hollywood ganhou grande relevância há cerca de um ano quando se descobriu que Mark Wahlberg recebeu 1,5 milhões de dólares pelas refilmagens de "Todo o Dinheiro do Mundo" após o corte das cenas com Kevin Spacey, enquanto a sua colega Michelle Williams ficou pelos 80 dólares por dia.
A situação gerou um debate cultural sobre as diferenças salariais não só em Hollywood, mas na sociedade americana.

Mark Wahlberg acabou por doar o salário adicional ao fundo jurídico do movimento "Time´s Up" em nome de Michelle Williams e a agência que representava os dois acrescentou mais 500 mil dólares.