O
Queer Lisboa 14 abrirá no dia 17 de Setembro, às 21h30, com a estreia em Portugal da longa-metragem
DO COMEÇO AO FIM (Brasil, 2009, 96’), realizada por Aluizio Abranches.
Antes da sua estreia no Brasil, em Novembro de 2009,
DO COMEÇO AO FIM causou um furor mediático e enorme polémica naquele país, devido à história que relata: a da relação entre dois meios-irmãos. Protagonizada pelos estreantes João Gabriel Vasconcelos (Francisco) e Rafael Cardoso (Thomas), o filme conta igualmente com a participação dos veteranos Júlia Lemmertz (Julieta) e Fábio Assunção (Alexandre).
Num registo de melodrama, e com a cidade do Rio de Janeiro como pano de fundo,
DO COMEÇO AO FIM procura desconstruir os preconceitos e os tabus associados à relação de Francisco e Thomas, nomeadamente aqueles da homossexualidade e do incesto.
Para a sua 14ª edição, o
Queer Lisboa estabeleceu uma parceria com a
Swiss Films, apresentando-se este ano a
Suíça como País Convidado, num programa com um total de sete longas-metragens e duas curtas-metragens, com curadoria de Celso Junior, fundador do Queer Lisboa, Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, e seu director até ao ano de 2004.
Estarão presentes em Lisboa a realizadora
Veronika Minder, que virá apresentar o seu documentário KATZENBALL (Suíça, 2005, 87’)e
Marcel Gisler, que apresentará a sua longa-metragem de ficção DIE BLAUE STUNDE – THE BLUE HOUR (Suíça, 1992, 85’).
Ainda dentro deste programa especial, destaque para a exibição de
EMPORTE-MOI – SET ME FREE (Suíça, Canadá, França, 1999, 94’), realizado por Léa Pool, hoje aclamado como já um dos clássicos do Cinema Queer. O filme integrou a Secção Competitiva da Berlinale em 1999, onde venceu o Prémio Especial do Júri Ecuménico.
Com curadoria da programadora italiana
Ricke Merighi, que a partir deste ano integra a equipa de programadores do Queer Lisboa, na Secção Queer Art, será dedicado um espaço às expressões do pós-feminismo no Cinema Queer, com a exibição de um conjunto de documentários.
Este ano, o Festival conta com a
RTP como Televisão Oficial, sendo o Prémio da Competição para o Melhor Documentário atribuído pela RTP 2, pela compra dos direitos de exibição do filme vencedor, a passar neste Canal, e a
Antena 3 é a Rádio Oficial.
O Festival conta com o apoio da
Câmara Municipal de Lisboa, da
EGEAC e do
Ministério da Cultura / Instituto do Cinema e do Audiovisual, para além de um conjunto de representações diplomáticas e institutos culturais sediados em Lisboa, tais como o
Instituto Cervantes, o
Instituto Franco-Português, o
Goethe-Institut, a
Embaixada de Israel ou a
Embaixada da Noruega.
O
Queer Lisboa 14 estará estruturado segundo as seguintes secções:
* Secção Competitiva para a Melhor Longa-Metragem (Prémio de Melhor Filme, Melhor Actor e Melhor Actriz)
* Secção Competitiva para o Melhor Documentário (Prémio RTP2 para o Melhor Filme)
* Secção Competitiva para a Melhor Curta-Metragem (Prémio do Público para o Melhor Filme)
* Suíça País Convidado (retrospectiva do Cinema queer Suíço) – curadoria de Celso Junior
* Panorama (longas-metragens de ficção fora de competição)
* Queer Art (Secção dedicada ao Cinema experimental e a artistas queer) – Curadoria de João Ferreira e Ricke Merighi
* Queer Pop (secção dedicada à música, com a exibição de telediscos e documentários, e com a realização de debates) – Curadoria de Nuno Galopim
* Noites Hard (sessões da meia-noite dedicadas ao cinema hardcore) – Curadoria de Luís Assis
* Retrospectivas do Espaço da Memória / Queer Memory 2010
A programação final do festival estará fechada na primeira semana de Julho e contará com um total de cerca de 110 filmes.
Quanto à programação do
Espaço da Memória/Queer Memory para este ano destacam-se:
Em
PALAVRAS QUEER, lança-se um olhar sobre o dramaturgo espanhol Federico García Lorca, contando com a presença do actor e encenador Luís Miguel Cintra, que recriará um excerto do espectáculo O PÚBLICO (produzido pelo Teatro da Cornucópia, em 1989).
Em
AS NOSSAS DIVAS, honra-se a figura icónica de Marlene Dietrich, exibindo o filme MOROCCO de Josef von Sternberg (1930), acompanhado de uma conversa evocativa com a actriz Lia Gama, justamente considerada por muitos como a «Dietrich portuguesa».
E, finalmente, em
DESAFIO AO PÚBLICO, desafia-se o público a colocar-se perante uma câmara de vídeo para, elaborando sobre a noção do preconceito, contribuir para a construção de um objecto de vídeo-arte/vídeo-instalação a expor durante a realização do Espaço da Memória, na sua edição de 2011.
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