O Gabinete do Dr. Caligari (1919): É um dos filmes mais importantes da história do cinema, a obra-fundadora e mais representativa do expressionismo alemão na Sétima Arte. Realizada por
Robert Wiene, a película é fundadora em muitas coisas, sendo uma delas a representação sustentada de uma visão do mundo distorcida pelo olhar de uma das personagens. Ou seja, não se trata de fantasia pura e dura mas sim de uma apresentação da realidade deformada pela mente do protagonista. Os sonhos como reflexo da realidade e impulsionadores de comportamentos têm aqui uma primeira grande representação cinematográfica, numa história sobre um jovem de visita a uma feira numa aldeia onde encontra o hipnotizador Dr. Caligari e o seu escravo sonâmbulo, Cesare. Só o final com reviravolta surpresa, o primeiro do género, já justifica a inclusão do filme nesta lista.

A Casa Encantada (1945): Um dos filmes mais célebres sobre o tratamento de doenças mentais e um dos primeiros a tratar o tema de forma séria.
Alfred Hitchcock filme a história de amor entre uma psicanalista (
Ingrid Bergman) e o novo e misterioso diretor da instituição onde ela trabalha (
Gregory Peck). Há uma sequência de sonho criada por Salvador Dali que ficou para a história, e que vai garantir o desbloquear da amnésia e dos traumas de um dos protagonistas. Durante muito tempo, foi o filme-emblema da psicanálise.

Páginas Gloriosas (1949): Menos recordada, esta fita de
Mark Robson, produzida por um cineasta sempre atento às causas sociais,
Stanley Kramer, utiliza a psicanálise de forma séria e desassombrada, como forma de tratar o trauma de um soldado negro paralisado na sequência de uma missão numa ilha japonesa durante a Segunda Guerra Mundial.

As Três Faces de Eva (1957):
Joane Woodward conquistou o Óscar de Melhor Atriz neste filme de
Nunnally Johnson em que interpreta uma mulher com transtorno dissociativo de identidade, neste caso não com dupla mas com tripla identidade, que um psiquiatra tenta fazer convergir numa única. O filme foi baseado numa história verídica, cujo estudo acabara de ser publicado em livro.

Freud, Além da Alma (1962): A biografia mais conhecida do homem que abriu a mente ao mundo, Sigmund Freud, realizada por
John Huston e com
Montgomery Clift no papel do fundador da psicanálise. A fita retrata o período em que Freud estabeleceu o essencial das suas teorias sobre as neuroses e as suas curas, condensado no tratamento de uma jovem (
Susannah York) com toda a diversidade de repressões.

O Que Há de Novo, Gatinha? (1965): Os filmes de
Woody Allen e a psiquiatria sempre andaram de mãos dadas e isso vê-se logo neste filme, que marca a sua estreia no cinema (como argumentista e ator, embora ainda não como realizador). Nesta comédia tresloucada,
Peter O'Toole interpreta um homem mulherengo que quer ser fiel à esposa e para tal recorre aos serviços do psicanalista interpretado por
Peter Sellers, cuja personagem se chama Dr. Fassbender... precisamente o apelido do ator que interpreta Carl Jung em «Um Método Perigoso».

Persona (1966): Um dos filmes mais míticos de
Ingmar Bergman e porventura aquele em que a psicanálise, mesmo que não diretamente assumida, tem um papel mais acentuado.
Bibi Andersson interpreta uma enfermeira que tenta analisar e curar uma atriz (
Liv Ullmann) que deixou de falar e percebe gradualmente que a sua personalidade está a fundir-se com a dela. Com uma densidade de subtextos psicológicos e formais que gera até hoje as mais inflamadas e profundas discussões entre os analistas, é considerado um dos filmes-chave da história do cinema.

Voando Sobre Um Ninho de Cucos (1975): Porventura o filme mais popular, embora muito pouco positivo, sobre o dia-a-dia de uma instituição para doentes mentais, em que
Jack Nicholson interpreta um prisioneiro avesso a qualquer tipo de autoridade que vai lá parar em busca de uma pena de prisão mais leve, e que vai alterar completamente o «status quo» dos pacientes do local. Foi o segundo filme da história a ganhar Óscares nas cinco categorias principais.

Uma Mente Brilhante (2001): Com quatro Óscares no bolso, incluindo Melhor Filme e Melhor Realizador (
Ron Howard), o filme apresentou ao público a história verídica de John Nash, um génio da matemática afetado ao longo da vida por esquizofrenia e alucinações. Além da interpretação brilhante de
Russell Crowe, a película ganhou pontos ao conseguir colocar o espetador na mente do protagonista com um truque narrativo de que o espetador só se apercebe no final do filme.

A Mente dos Famosos (2009): Um filme independente que foi muito pouco visto mas que interessa descobrir, com
Kevin Spacey como um psiquiatra de Hollywood com uma clientela de luxo, que inclui uma atriz ex-famosa, um argumentista inseguro e um agente obsessivo-compulsivo. O problema aqui é que o próprio analista tem uma vida mais desalinhada que a dos seus pacientes, que vai pôr à prova quando lhe é colocada nas mãos uma adolescente de um bairro problemático.

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