Transmitidos a nível nacional e a marcar tradicionalmente o início da temporada de prémios do cinema que culmina nos Óscares, os Globos de Ouro regressaram na terça-feira à noite no hotel Beverly Hilton em Los Angeles, após dois anos sem o seu brilho habitual, devido à pandemia e às revelações sobre a falta de diversidade e alegadas falhas éticas da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association, HFPA na sigla original) que levaram a um boicote de estúdios, estrelas e até do canal NBC.

E talvez o melhor resumo do evento tenha sido feito por Paul Walter Hauser quando ganhou um merecido prémio de ator secundário em minissérie, antologia ou telefilme em "Black Bird": "parece um museu de cera com pulso".

Mas o maior receio não se confirmou: apesar de menos caótica do que noutros tempos e com algumas ausências notadas, a passadeira vermelha acabou por estar bem frequentada.

A PASSADEIRA VERMELHA

A ritmo morno e por vezes estagnante, foi uma cerimónia típica dos Globos de Ouro, com alguns momentos embaraçosos (como a cómica e sincera, mas longuíssima introdução de Jennifer Coolidge na apresentação de um prémio), alguns nomeados e vencedores que faltaram (por causa dos escândalos da HFPA ou outros motivos, não se sabe), muitos discursos que não ficam para a história e outros já provavelmente sob o efeito do álcool entre alguns inspirados, como os dos atores Ke Huy Quan, Michelle Yeoh e, outra vez, Jennifer Coolidge, sobre reinvenção de carreiras e novas oportunidades numa indústria que nem sempre soube aproveitar talentos que estavam à sua frente. E ainda o humor de Eddie Murphy na parte final do discurso de homenagem, onde gozou com a bofetada de Will Smith.

Palmarés com poucas surpresas no cinema

Steven Spielberg

A noite cumpriu quase todas as previsões, apenas com uma surpresa a sério num palmarés de cinema cheio de diversidade e outra que, embora o prémio fizesse "sentido", se julgou que não aconteceria.

A surpresa foi a vitória de "Argentina, 1985" como Melhor Filme Estrangeiro, ultrapassando "A Oeste Nada de Novo" (Alemanha), da Netflix, "RRR" (Índia) e "Decisão de Partir" (Coreia do Sul).

O prémio que fazia sentido, mas foi uma surpresa, foi o de Melhor Canção para "Naatu Naatu", do épico indiano "RRR: Revolta, Rebelião, Revolução", que se tornou um grande sucesso de boca a boca entre espectadores a nível internacional: apesar dos relatos de pessoas a dançar ao som da canção em língua telugu nos cinemas americanos, estavam nomeadas artistas como Taylor Swift, Rihanna e Lady Gaga (e como os Globos gostam de celebridades a discursar!).

O autobiográfico "Os Fabelmans", de Steven Spielberg, e "Os Espíritos de Inisherin", de Martin McDonagh, foram eleitos respetivamente o Melhor Filme em Drama e Melhor Filme em Comédia ou Musical, solidificando a sua posição na temporada de prémios a caminho dos Óscares (uma votação que começa na quinta-feira e vai até dia 17).

Mais significativo é o segundo filme pois tinha a forte concorrência na categoria de "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo": com oito nomeações, foi o mais distinguido da noite, juntando os importantes prémios de Melhor Ator em Comédia ou Musical para Colin Farrell, que se mostrou “horrorizado no bom sentido” com a receção que o filme teve, e Argumento (também assinado pelo realizador McDonagh).

Confirmando as apostas, Spielberg também ganhou o prémio como realizador, o primeiro desde "O Resgate do Soldado Ryan" (1998), com uma história sobre o casamento conturbado dos seus pais, o 'bullying' anti-semita no liceu e os primeiros esforços para produzir filmes com orçamento zero com os seus amigos adolescentes.

"Escondo-me desta história desde os 17 anos. Coloquei muitas coisas no meu caminho para a história. Contei a história em partes e parcelas durante toda a minha carreira. 'E.T.' tem muito a ver com a história, 'Encontros Imediatos do Terceiro Grau' tem muito a ver com a história. Mas nunca tive coragem de bater de frente com a história. Até que Tony Kushner, quando estávamos a trabalhar em 'Munique', que foi há muito tempo, se sentou comigo e disse: 'Começa a contar-me sobre todas essas histórias que ouvi sobre a tua vida'. E começámos uma conversa e a conversa durou todo o 'Munique', todo o 'Lincoln', todo o 'West Side Story'", recordou.

"Acho que tudo o que fiz até agora me preparou para finalmente ser honesto sobre o facto de que não não é fácil ser uma criança, o facto que de que toda a gente me vê como uma história de sucesso e todos veem todos nós da forma como nos percebem com base na forma como obtêm informações, mas ninguém realmente sabe quem somos até termos a coragem de dizer a todos quem somos e passei muito tempo a tentar descobrir quando poderia contar esta história. E descobri quando fiz 74 anos e disse 'é melhor fazeres agora, é melhor fazeres isto agora!'. Estou muito, muito feliz por tê-lo feito", concluiu.

Ke Huy Quan

Spielberg também não foi esquecido logo no primeiro prémio da noite e num dos melhores discursos, quando um comovido Ke Huy Quan, Short Round no segundo "Indiana Jones", subiu ao palco para receber o prémio de Melhor Ator Secundário por "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo", depois de um afastamento da indústria mais de 20 anos por falta de oportunidades para atores asiáticos.

"Fui criado para nunca esquecer de onde vim e sempre lembrar quem me deu a primeira oportunidade. Estou tão feliz por ver Steven Spielberg aqui esta noite. Quando comecei a minha carreira como ator infantil em 'Indiana Jones e o Templo Perdido', senti-me tão sortudo por ter sido escolhido. À medida que fui envelhecendo, comecei a perguntar-me se era isso, se tinha sido apenas sorte. Durante tantos anos, tive medo de não ter mais nada a oferecer. Não importa o que fizesse, nunca superaria o que conquistei quando fui criança. Felizmente, mais de 30 anos depois, dois tipos pensaram em mim. Lembraram-se daquele miúdo e deram-me a oportunidade de tentar outra vez", disse o ator, referindo-se aos realizadores Daniel Kwan e Daniel Scheinert.

E acrescentou: "Tudo o que me aconteceu deste então tem sido inacreditável. Dan Kwan, Daniel Scheinert, muito obrigado por me terem ajudado a encontrar a minha resposta. Deram-me muito mais do que alguma vez podia esperar".

O outro prémio do delirante filme sobre uma família de chineses-americanos dona de uma lavandaria que passa por uma auditoria fiscal quando é absorvida por uma batalha interdimensional e precisa salvar o multiverso de um poderoso vilão foi o da Melhor Atriz em Comédia ou Musical para protagonista Michelle Yeoh.

A veterana atriz do cinema e tantos filmes de ação de artes marciais teve de mandar calar o piano e dizer a brincar um 'consigo dar-vos uma sova'" ao fazer outro dos grandes discursos da noite: certamente que ganhou votos na corrida aos Óscares, tanto mais que Cate Blanchett, que ganhou Melhor Atriz em Drama com "Tár", não compareceu.

"Vou apenas ficar aqui e assimilar isto tudo. 40 anos... não vou largar isto [...] Recordo-me de quando vim para Hollywood, foi um sonho tornado realidade... até que cheguei cá. Olhem para esta cara, cheguei cá e foi-me dito 'És uma minoria'. [...] E depois alguém disse-me 'Tu falas inglês!'. Nem vamos falar no facto de não saberem da Coreia, Japão, Malásia, Ásia, Índia. E depois disse 'Pois, o voo durou 13 horas, por isso aprendi'", recordou.

E continuou: "Conforme o tempo foi passando - fiz 60 no ano passado - e acho que todas vocês mulheres percebem isto: conforme os dias, os anos e os números ficam maiores, parece que as oportunidades também diminuem. E provavelmente estava numa altura em que estava 'vá lá, miúda, tiveste mesmo uma fase muito boa, trabalhaste com algumas das melhores pessoas, Steven Spielberg, James Cameron, Danny Boyle'. E portanto, é bom, foi tudo bom. E depois chegou o melhor presente, 'Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo'".

A atriz natural da Malásia elogiou ainda a coragem dos produtores do filme de “escreverem sobre uma mulher emigrante a envelhecer”.

Austin Butler

Os outros prémios de atores também não foram surpresas, com Angela Bassett a conseguir como secundária em "Black Panther: Wakanda Para Sempre": foi a primeira vez que um filme da Marvel venceu numa categoria de representação nos Globos de Ouro, o que a levou a dizer que “foi feita história”.

Mas a atriz, que recordou que tinha ganho o seu primeiro prémio da HFPA a 22 de janeiro de 1994 com o filme "What’s Love Got To Do With It", falou também de “coragem, paciência e um verdadeiro senso próprio” na perseguição dos sonhos e prestou homenagem ao falecido ator Chadwick Boseman e a toda a equipa do filme, admitindo que... tinha rezado para ganhar.

O Melhor Ator em Drama foi para o menos conhecido Austin Butler por "Elvis": o prémio era esperado, mas é injusto dizer que ganhou porque o favorito da temporada Brendan Fraser, nomeado pela sua atuação em "A Baleia", tinha anunciado que não iria comparecer (em 2018, acusou um ex-presidente da HFPA de apalpá-lo num evento em 2003).

Como tem notado a comunicação social, Butler, com apenas 31 anos, tem sido uma presença constante no circuito dos prémios e feito uma grande campanha, tendo ainda a vantagem de ter interpretado com sucesso uma pessoa que existiu, um ícone que todos conhecem (Elvis Presley), num grande sucesso comercial que recebeu melhores críticas do que "A Baleia". Os Globos de Ouro reforçam a narrativa de que a corrida ao Óscar será a três: Butler, Fraser e Farrell.

O Melhor Filme de Animação foi “Pinóquio de Guillermo Del Toro”, com o realizador mexicano a dizer que este foi “um grande ano para o cinema” e que “a animação é cinema” e não um género para crianças.

A Melhor Banda Sonora caiu para o lado do filme “Babylon” e do compositor Justin Hurwitz, que, aos 37 anos, já ganhou quatro prémios desde 2017.

Surpresas na televisão

"Abbott Elementary": os atores Tyler James Williams, Chris Perfetti, Janelle James, Quinta Brunson, Lisa Ann Walter, Sheryl Lee Ralph e William Stanford Davis

Apesar dos Globos de Ouro distinguirem filmes e programas de televisão, os segundos acabam por ser vistos como algo redundantes depois da cerimónia dos prémios Emmy em setembro.

Com Ryan Murphy a ser reconhecido com o prémio de carreira Carol Burnett, as nomeações foram dominadas pelas plataformas de streaming, mas o mais premiado veio de uma das quatro estações de TV tradicionais, com "Abbott Elementary", da ABC, a confirmar três dos cinco prémios a que concorria: Melhor Série de Comédia, Melhor Atriz de Comédia para Quinta Brunson e Melhor Ator Secundário para Tyler James Williams, com o último a bater o favoritismo de John Turturro por "Severance".

De facto, a série da Apple TV+ foi uma das grandes perdedoras na frente televisiva, já que foi ultrapassada por “House of the Dragon”, eleita a Melhor Série Dramática, com o produtor Miguel Sapochnik a agradecer à HBO por lhes ter confiado “a galinha dos ovos de ouro” com esta série sucessora de “A Guerra dos Tronos”.

A Melhor Minissérie foi para o fenómeno “The White Lotus”, que também deu o Globo de Melhor Atriz Secundária em Minissérie, Antologia ou Telefilme a Jennifer Coolidge, que fez um discurso épico sobre a sua vida e carreira... com um enorme "spoiler" sobre a série pelo meio.

Noutros prémios, Julia Garner venceu Melhor Atriz Secundária nas séries com o papel na despedida de “Ozark”; a revelação Jeremy Allen White ganhou Melhor Ator em Série de Comédia ou Musical com “The Bear”, enquanto nas minisséries, antologias ou telefilmes, Evan Peters foi distinguido como Melhor Ator por “Monstro: A História de Jeffrey Dahmer" e Paul Walter Hauser como secundário por “Black Bird”.

Os outros vencedores faltaram: Kevin Costner, Melhor Ator em Série Dramática por “Yellowstone”; Zendaya, Melhor Atriz em Série Dramática por “Euphoria”; e Amanda Seyfried, Melhor Atriz em Minissérie, Antologia ou Telefilme por “The Dropout: A História de uma Fraude”.

Ucrânia não foi esquecida: Zelensky promete que “não haverá terceira Guerra Mundial, não é uma trilogia”

Tal como tinha sido anunciado pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, Volodymyr Zelensky participou de forma virtual na cerimónia, transmitida no EUA pelo canal NBC e também noutros países.

A "mensagem especial de paz" do presidente da Ucrânia foi introduzida por Sean Penn, um dos seus mais acérrimos apoiantes no mundo do cinema, que esteve várias vezes no país durante a guerra e até lhe entregou um dos seus Óscares: "Da coragem sobrenatural da juventude iraniana que se ergue até ao sempre persistente movimento de mulheres do Afeganistão, somos relembrados, em termos inequívocos, que a liberdade de sonhar não é simplesmente um luxo humano mas sim uma necessidade humana, pela qual se deve lutar e fazer sacrifícios. Se a liberdade de sonhar fosse uma lança, apresento-vos com orgulho um ser humano que esta noite representa a ponta mais afiada dessa lança".

A seguir, Zelensky apareceu no ecrã com uma mensagem de esperança onde, como é habitual, fez referências concretas entre a atualidade e o passado, neste caso olhando para o ano em que se realizou a primeira cerimónia dos Globos de Ouro: 1944.

"A Segunda Guerra Mundial ainda não tinha acabado, mas a maré tinha virado e todos sabiam quem ia vencer. Ainda havia batalhas e lágrimas pela frente, foi nessa altura que surgiram os Globos de Ouro para homenagear as melhores interpretações de 1943", começou.

"Agora estamos em 2023, a guerra na Ucrânia ainda não acabou mas a maré está a virar e já está claro quem vai vencer. Ainda há batalhas e lágrimas à nossa frente, mas agora posso definitivamente dizer-vos quem foram os melhores do último ano, foram vocês. Os povos livres do mundo livre. Aqueles que se uniram em torno do apoio a um povo ucraniano livre na nossa luta comum pela liberdade", continuou, com as estrelas na sala a aplaudirem o seu anúncio de vitória.

O chefe de Estado falou ainda da necessidade de continuar a luta “pelo direito das novas gerações de conhecerem a guerra apenas através dos filmes”.

"Não haverá uma Terceira Guerra Mundial, não é uma trilogia. A Ucrânia vai parar a agressão russa na nossa terra", garantiu Zelensky, terminando com a saudação tradicional que o mundo agora reconhece: Slava Ukraini (Glória à Ucrânia).

Mais de dez meses depois do início do conflito, Zelensky continua a manter os holofotes mediáticos sobre a Ucrânia, tendo ido ao congresso norte-americano em dezembro e recebido o compromisso da Casa Branca, na última semana, de um novo pacote de 3,75 mil milhões de dólares (3,49 milhões de euros) em ajuda militar para o país e aliados adjacentes da NATO.

“A Ucrânia vai parar a agressão russa no nosso território”, garantiu o presidente, terminando com a saudação tradicional que o mundo agora reconhece: Slava Ukraini (Glória à Ucrânia).

Anfitrião abre com mais honestidade brutal do que comédia e goza com Tom Cruise; Eddie Murphy dá conselhos e não esquece Will Smith

Sem surpresa, o comediante e anfitrião Jerrod Carmichael abordou a recente "história" controversa dos Globos num monólogo feito num registo mais de conversa com honestidade brutal do que humor, onde circulou de um lado para o outro e até se chegou a sentar nas escadas do palco.

"Deixem-me dizer-vos a razão para estar aqui: estou aqui porque sou negro", foi o arranque, antes de desconstruir todo o processo que o levou até ali, incluindo o "dilema moral e racial" de emprestar o seu nome e reputação ao evento e à Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood... e o dinheiro envolvido.

"Estou aqui porque sou negro": anfitrião abre Globos de Ouro com mais honestidade brutal do que comédia
"Estou aqui porque sou negro": anfitrião abre Globos de Ouro com mais honestidade brutal do que comédia
Ver artigo

"Ouvi dizer que eles arranjaram seis novos membros negros. Parabéns a eles, tanto faz, tudo bem. Na verdade, estou aqui porque olho para esta sala e vejo muitas pessoas talentosas. Pessoas que admiro. Pessoas que eu gostaria de ser. Pessoas de quem tenho inveja e pessoas que são realmente artistas incríveis. E independentemente de qualquer que seja o passado da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, esta é uma noite em que podemos comemorar. E acho que esta indústria merece noites como esta. E estou feliz que todos vocês estejam aqui. E espero que vocês se divirtam esta noite", concluiu.

Carmichael não teve mais intervenções significativas depois do monólogo, limitando-se essencialmente a mudar várias vezes de roupa e a introduzir atores para apresentarem prémios, ou mandar calar o público indisciplinado com um muito explícito "shut the f*cuk up", recordando que era uma cerimónia em direto.

Mas houve um momento que Hollywood certamente não esquecerá nos próximos tempos quando, a propósito dos Globos que Tom Cruise devolveu à HFPA após as polémicas, recordou as suas ligações com a Cientologia e a esposa do líder dessa organização religiosa (ou seita, segundo os seus detratores), que não é vista em público há muitos anos.

"Encontrei estes três Globos de Ouro nas bastidores que o Tom Cruise devolveu... acho que talvez possamos pegar nestas três coisas e trocá-los pelo regresso em segurança da Shelly Miscavige", proclamou.

Houve alguns aplausos, mas percebeu-se pelo silêncio que a reação maioritariamente foi de estupefação com a piada, que foi ainda mais longe do que aquelas que fez Ricky Gervais quando foi o anfitrião dos Globos.

A seguir, entraram Glen Powell e Jay Ellis, atores de "Top Gun: Maverick", que fizeram rasgados elogios a Tom Cruise antes de apresentarem imagens do nomeado para Melhor Filme.

O MOMENTO SOBRE TOM CRUISE.

Mais tarde, o comediante também brincou com Kanye West, que fez várias declarações anti-semitas, dizendo que conseguiu mudá-lo depois de o levar a ver "Os Fabelmans".

Mais controverso (e sem reação da sala, mas mal recebido nas redes sociais) foi quando descreveu o Beverly Hilton como “o hotel que matou Whitney Houston".

Já Eddie Murphy surpreendeu com um discurso curto e em tom suave ao receber o prémio Cecil B. DeMille pela carreira no cinema.

Na verdade, tratava-se de uma construção que culminou em conselhos para ter uma carreira longa (46 anos em comédia, 41 no cinema, recordou) e de sucesso em Hollywood e uma inesperada referência a Will Smith que "deitou a sala abaixo" com risos e aplausos.

"Quero dizer-vos que existe um modelo definitivo que podem seguir para alcançar sucesso, prosperidade, longevidade e paz de espírito. É um modelo e tenho-o seguido toda a minha vida", começou.

E a seguir indicou qual era, culminado na expressão e tom da voz de Will Smith depois de dar uma bofetada ao comediante Chris Rok na cerimónia dos Óscares de março de 2022: "É muito simples, façam apenas estas três coisas: paguem os vossos impostos, metam-se na vossa vida e mantenham o nome da mulher de Will Smith fora da p*rra das vossas bocas!".

O MOMENTO.

LISTA COMPLETA DE PREMIADOS (A BOLD)

CINEMA

"Os Fabelmans"

MELHOR FILME (DRAMA)
"Avatar: O Caminho da Água"
"Elvis"
"Os Fabelmans"
"Tár"
"Top Gun: Maverick"

MELHOR FILME (COMÉDIA OU MUSICAL)
"Babylon"
"Os Espíritos de Inisherin"
"Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo"
"Glass Onion: Um Mistério Knives Out"
"Triângulo da Tristeza"

MELHOR REALIZAÇÃO
James Cameron ("Avatar: O Caminho da Água")
Daniel Kwan e Daniel Scheinert ("Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo")
Baz Luhrmann ("Elvis")
Martin McDonagh ("Os Espíritos de Inisherin")
Steven Spielberg ("Os Fabelmans")

MELHOR ATOR (DRAMA)
Austin Butler ("Elvis")
Brendan Fraser ("A Baleia")
Hugh Jackman ("O Filho")
Bill Nighy ("Viver")
Jeremy Pope ("The Inspection")

MELHOR ATRIZ (DRAMA)
Cate Blanchett ("Tár")
Olivia Colman ("Império da Luz")
Viola Davis ("A Mulher Rei")
Ana de Armas ("Blonde")
Michelle Williams ("Os Fabelmans")

MELHOR ATOR (COMÉDIA OU MUSICAL)
Diego Calva ("Babylon")
Daniel Craig ("Glass Onion: Um Mistério Knives Out")
Adam Driver ("Ruído Branco")
Colin Farrell ("Os Espíritos de Inisherin")
Ralph Fiennes ("O Menu")

MELHOR ATRIZ (COMÉDIA OU MUSICAL)
Margot Robbie ("Babylon")
Anya Taylor-Joy ("O Menu")
Emma Thompson ("Boa Sorte, Leo Grande")
Lesley Manville ("Um Sonho em Paris")
Michelle Yeoh ("Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo")

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Brendan Gleeson ("Os Espíritos de Inisherin")
Ke Huy Quan ("Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo")
Barry Keoghan ("Os Espíritos de Inisherin")
Brad Pitt ("Babylon")
Eddie Redmayne ("O Enfermeiro da Noite")

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Angela Bassett ("Black Panther: Wakanda Para Sempre")
Kerry Condon ("Os Espíritos de Inisherin")
Jamie Lee Curtis ("Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo")
Dolly De Leon ("Triângulo da Tristeza")
Carey Mulligan ("Ela Disse")

MELHOR ARGUMENTO
"Tár"
"Os Fabelmans"
"Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo"
"Os Espíritos de Inisherin"
"A Voz das Mulheres"

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"RRR" (Índia)
"A Oeste Nada de Novo" (Alemanha)
"Argentina, 1985" (Argentina)
"Close" (Bélgica")
"Decisão de Partir" (Coreia do Sul)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
"O Gato das Botas: O Último Desejo"
"Inu-Oh"
"Marcel the Shell With Shoes On"
"Pinóquio de Guillermo del Toro"
"Turning Red - Estranhamente Vermelho"

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
"Babylon"
"Os Espíritos de Inisherin"
"Os Fabelmans"
"Pinóquio de Guillermo del Toro"
"A Voz das Mulheres"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“Carolina”, de Taylor Swift, para "A Rapariga Selvagem"
“Ciao Papa”, de Guillermo del Toro & Roeban Katz, para "Pinóquio de Guillermo del Toro")
“Hold My Hand”, de Lady Gaga & Bloodpop, para "Top Gun: Maverick"
“Lift Me Up”, Tems, Ludwig Göransson, Rihanna e Ryan Coogler ("Black Panther: Wakanda Para Sempre")
“Naatu Naatu”, de Kala Bhairava, M. M. Keeravani, Rahul Sipligunj, para "RRR"

TELEVISÃO

House of the Dragon

MELHOR SÉRIE DRAMA
"Better Call Saul"
"The Crown"
"House of the Dragon"
"Ozark"
"Severance"

MELHOR SÉRIE COMÉDIA
"Abbott Elementary"
"The Bear"
"Hacks"
"Only Murders in the Building"
"Wednesday"

MELHOR TELEFILME, ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
"Black Bird"
"Monster: The Jeffrey Dahmer Story"
"Pam and Tommy"
"The Dropout"
"The White Lotus"

MELHOR ATOR EM SÉRIE DRAMA
Jeff Bridges ("The Old Man")
Kevin Costner ("Yellowstone")
Diego Luna ("Andor")
Bob Odenkirk ("Better Call Saul")
Adam Scott ("Severance")

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DRAMA
Emma D’Arcy ("House of the Dragon")
Laura Linney ("Ozark")
Imelda Staunton ("The Crown")
Hilary Swank ("Alaska Daily")
Zendaya ("Euphoria")

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL
Donald Glover ("Atlanta")
Bill Hader ("Barry")
Steve Martin ("Only Murders in the Building")
Martin Short ("Only Murders in the Building")
Jeremy Allen White ("The Bear")

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL
Quinta Brunson ("Abbott Elementary")
Kaley Cuoco ("The Flight Attendant")
Selena Gomez ("Only Murders in the Building")
Jenna Ortega ("Wednesday")
Jean Smart ("Hacks")

MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU TELEFILME
Taron Egerton ("Black Bird")
Colin Firth ("The Staircase")
Andrew Garfield ("Under the Banner of Heaven")
Evan Peters ("Dahmer - Monster: The Jeffrey Dahmer Story")
Sebastian Stan ("Pam & Tommy")

MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU TELEFILME
Jessica Chastain ("George and Tammy")
Julia Garner ("Inventing Anna")
Lily James ("Pam and Tommy")
Julia Roberts ("Gaslit")
Amanda Seyfried ("The Dropout")

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
John Lithgow ("The Old Man")
Jonathan Pryce ("The Crown")
John Turturro ("Severance"
Tyler James Williams ("Abbott Elementary")
Henry Winkler ("Barry")

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Elizabeth Debicki ("The Crown")
Hannah Einbinder ("Hacks")
Julia Garner ("Ozark")
Janelle Jame ("Abbott Elementary")
Sheryl Lee Ralph ("Abbott Elementary")

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO EM MINISSÉRIE OU TELEFILME
F. Murray Abraham ("The White Lotus")
Domhnall Gleeson ("The Patient")
Paul Walter Hauser ("Black Bird")
Richard Jenkins ("Dahmer - Monster: The Jeffrey Dahmer Story")
Seth Rogen ("Pam & Tommy")

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA EM MINISSÉRIE  OU TELEFILME
Jennifer Coolidge ("The White Lotus")
Claire Danes ("Fleishman is in Trouble")
Daisy Edgar-Jones ("Under the Banner of Heaven")
Niecy Nash ("Dahmer - Monster: The Jeffrey Dahmer Story")
Aubrey Plaza ("The White Lotus")