O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que vai iniciar "imediatamente o processo de instauração de tarifas de 100%" sobre os filmes exibidos nos EUA mas produzidos no estrangeiro.

"A indústria cinematográfica norte-americana está a morrer muito rapidamente (...) Hollywood e muitas outras partes dos EUA estão devastadas", escreveu Trump no domingo na rede social Truth Social.

"Outros países estão a oferecer todo o tipo de incentivos para atrair os nossos cineastas e estúdios para longe dos EUA", acrescentou.

Trump disse que este é um "esforço concertado de outras nações" que representa "uma ameaça para a segurança nacional" norte-americana.

Até à data, não foram avançados detalhes sobre as condições de aplicação de sobretaxas sobre filmes produzidos no estrangeiro.

O anúncio provocou ondas de choque e reuniões de emergência em Hollwyood, segundo a revista especializada Variety.

Ao longo de décadas, muitos filmes (e séries, que não foram mencionadas) têm transferido a sua produção para o Canadá e ainda o Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia ou Hungria, por causa dos incentivos fiscais que ajudam a baixar os orçamentos ou para usar localizações exóticas, como é o caso das sagas "Missão Impossível", "Velocidade Furiosa" ou "Avatar", além de James Bond.

Este é o mais recente episódio na ofensiva comercial lançada pelo Presidente norte-americano contra os parceiros económicos dos EUA.

A China, contra a qual Donald Trump dirige uma grande parte das flechas, anunciou no início de abril que vai reduzir "de forma moderada" o número de filmes dos EUA exibidos oficialmente em território chinês, como uma das respostas às tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos do país asiático.

Pequim utiliza um sistema de quotas para limitar o número de filmes estrangeiros exibidos oficialmente nas salas de cinema. Uma redução do acesso a este mercado, o segundo maior do mundo a seguir aos EUA para o cinema, pode afetar as receitas dos estúdios de Hollywood.