Desde o início,
«Carlos» teve duas vidas: uma versão integral de cinco horas e meia, exibida em alguns festivais de cinema e destinada a ser emitida enquanto mini-série televisiva, e a versão remontada para exibição cinematográfica, de duas horas e meia, que está a estrear em todo o mundo e chega agora a Portugal. Segundo
Olivier Assayas, era a única forma de ser fiel à complexidade do protagonista cuja vida recria, Carlos o Chacal, tornando-o acessível ao grande público da salas de cinema.

Assayas, que já assinou películas como
«Clean» e
«Irma Vep», tem em «Carlos» o filme mais elogiado da sua carreira, embora a estreia no Canal Plus o tenha colocado de fora de vários prémios cinematográficos, como os Óscares. O filme cobre todo o período que vai da integração de Carlos o Chacal nas fileiras militares palestinianas até à sua prisão no Sudão em 1994, passando pelas suas intervenções mais célebres como a operação no quartel-general da OPEC em Viena, em 1975.

Com uma pesquisa minuciosa de todo o período histórico que retrata, «Carlos» tem um dos seus maiores trunfos no seu protagonista: o venezuelano
Édgar Ramírez, até agora visto apenas em papéis secundários em filmes como
«Ultimato» ou
«Ponto de Mira».