Documentário de longa-metragem, a desenvolver ao longo de três anos, é o próximo trabalho do realizador Miguel Gonçalves Mendes (“José e Pilar”), que volta a trabalhar a realidade com premissas de narrativa clássica.

Miguel (um personagem), descobrindo que tem uma doença à qual pode não sobreviver, decide iniciar uma viagem sem rumo, pelos cinco continentes, à procura do sentido da vida, sem saber se esta jornada alguma vez terá fim. Simultaneamente, em pontos distintos do globo, seis personagens arquetipais - um comediante, um político, um realizador, um escritor, uma músico, e um ateu – ajudam a traçar um filme em trânsito, em que diferente histórias colidem e confluem para uma resposta a uma mesma pergunta: ”Qual o sentido da nossa existência?”. Não será possível colocar esta questão sem uma visão mais ampla e é daí que surge um sétimo arquétipo: um astronauta, que contempla o mundo do espaço e nos observa na nossa real insignificância.

Ao fim de sete filmes, o realizador passa de uma temática centrada na morte para outra preocupada com o que nos move - uma visão dos Homens como seres perdidos à procura de algo maior. Talvez Saramago tivesse razão e simplesmente o caos seja uma ordem por decifrar.