No debate que tem vindo a ser feito à volta da ideia de que apenas atores 'gay' devem interpretar personagens 'gay' em filmes e séries, Luke Evans é taxativo: não teria uma carreira se o critério fosse seguido à letra.

Ou seja: que as personagens heterossexuais também fossem exclusivas de atores heterossexuais.

Luke Evans ganhou popularidade em filmes de aventuras de época como "Confronto de Titãs" (como Apolo), "Robin Hood", "Os Três Mosqueteiros" (como Aramis) e "Imortais" (como Zeus), antes de ganhar mais popularidade como o mau da fita em "Velocidade Furiosa 6", o arqueiro Bard na segunda parte de "O Hobbit" ou o Gaston da versão em imagem real de "A Bela e o Monstro".

o ator galês de 43 anos, que é homossexual, fez as contas e teria entrado em apenas dois projetos se o principal critério nos "castings" fosse o da orientação sexual.

Luke Evans em "Velocidade Furiosa 6"

A reação surgiu por causa da opinião de Russell T. Davies, o atual responsável pela icónica série de ficção científica britânica "Dro Who", que defendeu que as personagens homossexuais devem ser interpretadas por atores homossexuais.

"Não estou convencido sobre isso. Com certeza que as pessoas 'gay' perderam papéis 'gays', sem dúvida. Russell falou poderosa e apaixonadamente sobre este ponto. Percebo isso e acho completamente que as coisas precisam de mudar", respondeu ao jornal The Daily Telegraph.

"Mas da minha perspetiva: em primeiro lugar, não teria uma carreira se os 'gays' interpretassem papéis 'gays' e os heterossexuais interpretassem papéis heterossexuais. Teria interpretado dois papéis dos 36 projetos em que trabalhei ou qual quer se seja [o número]", acrescentou.

Tal como Ian McKellen, também homossexual, Evans pensa que, no fim, o princípio devia ser o de que "a pessoa certa consegue o trabalho".

"Talento e habilidade, e um pouco de sorte e 'timing'... devia ser por isso que se consegue um trabalho. Não deveria ter a ver com mais nada", defendeu.