«Com os amigos e esposa ao seu lado, ele adormeceu e faleceu», afirmou Doug Nielsen, o sobrinho do actor
Leslie Nielsen, à cadeia de rádio canadiana CKBW. O intérprete, reconhecido nas últimas três décadas pelos filmes de humor, faleceu ontem, 28 de Novembro, no hospital perto de sua casa, na Florida, aos 84 anos, vítima de pneumonia. Para a posteridade deixou mais de uma centena de filmes e um milhar de participações na televisão, tendo ficado eternizado na mente dos espectadores a partir dos 56 anos através do humor, em filmes como
«Aeroplano» e a série
«Aonde é que Pára a Polícia».
Nielsen nasceu em 1926 no Canadá, filho de um oficial da Polícia Montada. Após estudar interpretação em Toronto, rumou a Nova Iorque, onde continuou os estudos, nomeadamente no Actor's Studio, e onde fez muita televisão em directo, além de usar a voz de timbre muito particular em diversos anúncios e documentários.
Em 1956, estreou-se no cinema como o mau da fita do musical de
Michael Curtiz
«O Rei Vagabundo» seguindo-se logo de enfiada um dos papéis principais no maior êxito da primeira parte da sua carreira: o épico de ficção científica
«O Planeta Proibido», de Fred M. Wilcox.
Logo a seguir participou em filmes como
«O Resgate»,
«Hot Summer Nights»,
«O Belo Sexo» e
«Tammy and the Bachelor», mas passaria a maior parte das décadas seguintes a trabalhar em televisão, com papéis de destaque diverso na maioria das séries mais importantes da televisão norte-americana, de «Alfred Hitchcock Apresenta», «The Virginian» e «The Wild Wild West», a «Dr. Kildare», «Gunsmoke», «Bonanza», «Kung Fu», «As Ruas de S. Francisco» e «MASH».
Nielsen voltava pontualmente ao cinema, mas só em 1980 viu a sua carreira renascer graças à reviravolta na sua imagem de actor sério que o trio
Jim Abrahams,
Jerry Zucker e
David Zucker imprimiram em
«Aeroplano», que rapidamente se tornou uma das comédias mais célebres e importantes de sempre. Dois anos depois, deram-lhe o papel principal numa série de humor ainda mais demencial,
«Police Squad!», que teria vida muito curta mas lhe valeria a sua personagem mais recordada: o inepto agente da polícia Frank Drebin.
Em 1988, Drebin estrou-se no grande ecrã na comédia
«Aonde é que Pára a Polícia», cujo sucesso gigantesco levou à criação de duas sequelas, em
1991 e
1994. A partir daí, a carreira de Nielsen não voltou a deixar a comédia, com papéis protagonistas em filmes menos bem sucedidos como
«Drácula: Morto mas Contente!»,
«Mr. Magoo»,
«2001 - Loucura no Espaço»,
«Espia... como Puderes»,
«Missão Quase Impossível» e
«Leslie Nielsen - O Super-Agente».
Em 1993, sempre em toada de humor, escreveu a sua autobiografia,
«The Naked Truth», em que se parodia a si próprio, inventando alegremente factos na sua vida como a vitória de dois Óscares de Melhor Actor e uma relação escaldante com
Elizabeth Taylor.
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