Jonah Hill vai deixar de fazer promoção aos seus filmes por tempo indefinido por causa da sua saúde mental.

Conhecido do grande público desde os filmes "Um Azar do Caraças" e "Super Baldas" em 2007, o ator tem vindo a falar mais do tema publicamente nos últimos anos e recentemente revelou que tinha finalmente conseguido deixar de fumar. Também abandonou o Instagram, que descreveu como “o maior assassino” e "os cigarros desta era".

Numa carta aberta a explicar a sua decisão mais recente, Hill, de 38 anos, revelou que percebeu que precisava de recuar nos compromissos públicos enquanto fazia um peculiar documentário para a Netflix sobre as questões de saúde mental, nomeadamente as suas, que tem como produtor Joaquin Phoenix, centrado no terapeuta de ambos, Phil Stutz.

"Acabei de realizar o meu segundo filme, um documentário sobre mim e o meu terapeuta que explora a saúde mental em geral chamado 'Stutz'. Todo o propósito de fazer este filme é dar terapia e as ferramentas que aprendi na terapia a um público amplo para uso privado através de um filme de entretenimento", revela na carta divulgada através da publicação Deadline.

"Através desta jornada de autodescoberta dentro do filme, cheguei à conclusão de que passei quase 20 anos a passar por ataques de ansiedade, que são exacerbados pelas presenças mediáticas e eventos públicos”, acrescenta o ator e realizador.

"Estou muito grato que o filme fará a sua estreia mundial num prestigiado festival de cinema neste outono, e mal posso esperar para partilhá-lo com o público de todo o mundo, na esperança de que ajude aqueles que estão a passar por dificuldades. No entanto, não me vão ver a promover este filme, ou qualquer um dos meus próximos filmes, enquanto dou este importante passo para me proteger", destacou Hill, salientando que não estaria a ser fiel a si mesmo ou ao filme se permitisse ficar mais doente ao seguir o habitual circuito de aparições públicas e entrevistas de promoção.

"Normalmente fico embaraçado com cartas ou declarações como esta, mas percebo que sou um dos poucos privilegiados que se podem dar ao luxo de fazer uma pausa. Não vou perder o meu emprego enquanto estiver a lidar com a minha ansiedade. Com esta carta e com 'Stutz', espero tornar mais normal às pessoas falarem e agirem sobre estas coisas. Para que possam tomar medidas para se sentirem melhor e para que as pessoas nas suas vidas possam compreender com mais clareza os seus problemas", explicou.