
O cineasta americano James Gray apresentou esta quinta-feira na mostra competitiva do Festival de Cannes "Armageddon Time", filme ambientado na Nova Iorque dos anos 1980 e nas difíceis relações raciais na cidade.
O filme é protagonizado por Anne Hathaway, Jeremy Strong ("Succession") e o multipremiado Anthony Hopkins.
Conta a história da relação de um miúdo, Paul (Banks Repeta) e o seu avô e com um amigo negro, cujo comportamento turbulento o deixa com um pé fora da escola.
James Gray ganhou elogios e teve boas receitas de bilheteira há três anos com uma odisseia espacial, "Ad Astra", com Brad Pitt. O seu primeiro filme, "Viver e Morrer em Little Odessa" (1994), também foi ambientado na sua Nova Iorque natal.
"Armageddon Time" não tem, no entanto, a mesma ambição de "Viver e Morrer em Little Odessa", nem o dramatismo de "A Emigrante" (2013), com Marion Cotillard.
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James Gray apresenta o seu filme mais autobiográfico aos 53 anos, numa família judia na qual continua presente, através do avô, a lembrança da perseguição nazi, mas ao mesmo tempo o medo de relações com pessoas de outras raças.
A segurança nas ruas de Nova Iorque deteriora-se sob o governo dos democratas, enquanto uma família poderosa e conhecida, os Trump, fica conhecida na escola de Paul.
A onda da criminalidade em Nova Iorque, assim como o fantasma do ex-presidente Donald Trump, que continua a rondar a política americana, dá um ar de atualidade a "Armageddon Time", mas com uma música da época (The Clash, Sugarhill Gang).
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