«O guião do filme
'Setad Moshtarak' (Os chefes do Estado-Maior, em farsi) foi aprovado pelas autoridades e aguardamos o orçamento para iniciar a rodagem», afirmou o realizador iraniano
Ataollah Soleimanian, citado nesta terça-feira pela imprensa.

O filme «narra a libertação de 20 reféns americanos pelos revolucionários iranianos no início da Revolução» Islâmica de 1979, acrescentou Soleimanian, também ator.

Esta longa-metragem «pode ser uma resposta apropriada à visão deformada de alguns filmes, como
'Argo'", relativo aos eventos da ocupação da embaixada americana em Teerão, no dia 4 de novembro de 1979, e ao sequestro de diplomatas americanos, explicou.

Esse sequestro, que durou 444 dias e provocou a ruptura das relações entre os Estados Unidos e o Irão.


Dirigido por Ben Affleck
,
«Argo» conta a rocambolesca mas verídica história da retirada dos diplomatas americanos que conseguiram fugir e refugiar-se na embaixada do Canadá.

O filme ganhou no domingo o Globo de Ouro para Melhor Filme Dramático e
Ben Affleck levou para casa o prémio para Melhor Realização.

O sucesso de
«Argo», proibido no Irão mas onde várias cópias piratas circulam, foi pouco comentado na imprensa iraniana.

O jornal 7Sobh (7h00 da Manhã, em farsi) classificou a cerimónia dos Globos de Ouro como a «maior cerimónia política da história do cinema americano» e «Argo» como uma «tentativa ridícula» de recriar o Irão de 1980.

O diário denuncia também a série americana
«Homeland- Segurança Nacional», cuja ação da segunda temporada se centra numa conspiração de um terrorista iraniano, acusando-a de ser uma «poderosa máquina de propaganda para a CIA».