Perdidos" narra a história de seis amigos que vão passar o final de semana num barco. Por casualidade, no entanto, eles atiram-se todos para água sem que ninguém tenha lembrado de pôr a escada para que possam voltar…

A partir daí formam-se os contornos de um “thriller” de sobrevivência – com os seis enfrentando a probabilidade de morrer no mar alto. Para piorar, o casal formado por Dânia Neto e Diogo Amaral tem o seu bebé a dormir na embarcação…

Completam o elenco Afonso Pimentel, Dalila Carmo, Lourenço Ortigão e Catarina Gouveia.

Público para o cinema português

“Perdidos” tem produção de Leonel Vieira, realização de Sérgio Graciano e argumento de Tiago R. Santos. Trata-se de um “remake” de “Armadilha em Alto-Mar” (2006), sequela de “Open Water- Em Águas Profundas (2003)”.

De acordo com o produtor na apresentação do projeto no cinema São Jorge, em Lisboa, “há anos” que ele esperava que alguém lhe aparecesse com uma ideia para um “thriller” – segundo ele, um género inexplorado em Portugal. Como isso nunca apareceu, decidiu comprá-la à uma produtora alemã.

Por trás de tudo está a ideia de fazer cinema de género.

“Não é um projeto para ir a Cannes ou Veneza, é apenas entretenimento. Queremos que as pessoas fiquem coladas ao ecrã”, disse.

Em conversa com SAPO Mag, Sérgio Graciano e Tiago Santos complementam.

Para o realizador, “não há filme de género em Portugal e este pode ser um passo enorme para chegar a esse tipo de cinema. Há que levar público às salas. Não nos enganemos, toda a gente quer fazer público, mesmo que muitas vezes digam o contrário”.

Tiago Santos, argumentista, especifica: “Sem querer colocar qualquer tipo de cinema de parte, uma vez que, quando são honestos, todos são legítimos, acho que fazem falta cá projetos onde há uma vontade explícita de levar o espectador numa viagem emocional, seja para fazer sorrir ou chorar, agarrar-se à cadeira ou fechar os olhos de medo”.

O mar imprevisível

"Perdidos" foi filmado na Madeira e, com uma parte longa da história passada na água, exigiu uma paciência especial da produção.

“É sempre difícil jogar com a imprevisibilidade do mar”, diz Graciano.

“Isso foi uma das maiores dificuldades, corríamos sempre o risco de marcar uma cena e depois a corrente impor outra “mise-en-scène”. A certas alturas, optava por marcar tudo em cima do barco e depois adaptar consoante a ‘vontade’ do mar”.

Também dos atores foi exigido um empenho extra. “Foi muito difícil para eles, muitas vezes tudo o que estava combinado tinha que ser refeito”.

A história

Com um filme passado num período “contínuo” de tempo e sempre no mesmo espaço, a dosagem entre ação e progresso do filme passa, inevitavelmente, pelos conflitos dos próprios personagens.

Tiago Santos explica que o desenvolvimento do argumento passou pela desconstrução do original – a cargo de Adam Kreutner e David Mitchell, no sentido de perceber o que funcionava ou não.

“Cheguei à conclusão que tudo passaria pela construção das personagens e das ligações entre elas. Quanto melhor o espectador as conhecesse e criasse empatia com os seus dramas e segredos, mais eficaz seria o filme”.

Assim, ao longo do avanço da história, abre-se um “terreno fértil, devido ao pânico e ao desespero, para confissões, revelações e redenções. O filme fica quase dividido em dois atos, onde na primeira parte as pessoas se mostram como gostariam de ser vistas e na segunda revelam a sua verdadeira natureza. Para o bem e para o mal”.

Trailer.

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